quarta-feira, 25 de junho de 2014

UM PRATO FRIO, QUE SE COME QUENTE.


É a possível resposta de um garçom que foi interpelado por uma ex-professora. Ela se admirou com a postura educada do rapaz, que nos tempos da escola falava muitos palavrões.  Ela quis saber com o seu chefe qual teria sido o" milagre" para ter conseguido tal façanha. A primeira parte foi contada em crônica e demonstrou a atitude opressora que NÃO representa a forma de agir de todos os professores, apenas de alguns.


Sabe o que te incomoda?
A minha educação...
Você que é da Alta Roda
e eu um simples garçom.

A bandeja equilibrada
na palma da minha mão
deixou-te desconcertada
com tamanha perfeição

Esta bandeja é “querida”
disto tu não tens noção..
Eu equilíbrio a  medida
que me traz inspiração.

Eu exerço sem dúvida
com amor, dedicação
professorinha querida...
 A minha  profissão!

E digo em contrapartida
tu tens alguma razão:
Mudei. E, foi com a vida
e não com tua lição.

Mas, tu és alienada
insonsa e sem expressão
e não aprendeste nada
com as aulas de palavrão!!!

(CLÁUDIA – 2014)







terça-feira, 24 de junho de 2014

NARRANDO A COPA


Em duelo de milenares 
Japão e Grécia 
conseguem, a peripécia
do placar de dois zeros...
Penso que brincava o deus Eros
com espada de samurai!
E a Inglaterra e o Uruguai
em festa profana surram
a galera que hurra!!!!!
Ora, são de Aquiles os calcanhares
o tal joelho do Suárez!!!!
E pra definir quem fica
que tal de Itália e Costa Rica?
Sem adversidade política,
nem limitação geográfica:
Asia, América ou Europa.
O BRASIL É COPA!!!!!!
(CLÁUDIA - 2014)

CARDÁPIO DO DIA: UM PRATO QUENTE, QUE SE COME FRIO.


-Aquele menino malcriado, encardido, sem educação. Várias vezes me mandou tomar no c.
Quase todos lembravam e repetiam em coro: - inesquecível! Como não se lembrar de um garoto tão boca-suja e inconveniente.
-Ele saiu da escola do mesmo jeito que entrou. Afirmava a professora.  -Rezei para aquele ano acabar logo, ele se formar e mostrar para a vida a sua proficiência em malcriação. Larguei mão dele!
Mas o destino quis que eles se reencontrassem. Voltemos aos relatos da professora aos seus iguais sobre o reencontro com o tal estudante:
-[...] Ao fazer menção de sentar-me, o garçom se adianta e oferece-me a cadeira com a delicadeza de um lord! Levanto o olhar e vejo ninguém mais, ninguém menos do que o próprio menino que tanto me mandou tomar no c! Agora homem-feito, limpo, cheiroso e engomado! Não me contive. Chamei o maitre:
- Olha senhor, gostaria que me contasse sobre o milagre! Fizeste o que eu e a escola não conseguimos. Ensinaste educação para este ser que só sabia falar palavrões. Conte-me o segredo!
O maitre por sua vez, também muito educado e tímido. Ficou corado, sorriu amarelo e perguntou se poderia ajudar em “mais” alguma coisa, fugindo da situação embaraçosa. Enquanto isto o menino/garçom nem respirava diante do constrangimento. E assim ela termina a história com os aplausos, satisfação e gargalhadas de seus iguais.
Eu estava entre os ouvintes da história. Não aplaudi, não gargalhei e nem me satisfiz. Fiquei elucubrando como seria um fim menos opressor para o garçom. Transitei da comédia à tragédia: Uma torta na cara, uma resposta precisa, veneno na comida... Mas, não aconteceu. A opressão foi reiterada da escola para a vida:

“Se eu professor não te ensino nada, tudo fica como está (mantém-se o status quo)”.

Ele foi oprimido e desta vez não pode sequer falar um palavrão.
Mas, reza a lenda que no dia seguinte, ela encontra na primeira página de sua agenda um pequeno bilhete anônimo feito cuidadosamente em um guardanapo de papel comum. Estava grafado nele os seguintes dizeres:

Vá tomar no c...!
(CLÁUDIA – 2014)






domingo, 22 de junho de 2014

TEMPERAMENTO


EMBLEMAS

EMBLEMAS

A ciência e o mito
O signo e o desígnio
O silêncio e o grito

A crença e a doença
A foice e o martelo
O cuidado e a cura

Os paralelos e os anelos
A liberdade e a clausura
O  gemido, o suspiro

A luz e as trevas
O selo e o cabelo
A bíblia e os vedas

Os coturnos e os chinelos
O caminho e a estrada
O amor e a dor

Os encontros e os contrários
no ciclo do universo
são apenas imaginários:

O silêncio e o manifesto
A cruz e a espada...
São: NADA. Se não lidos além do “gesto”.


domingo, 15 de junho de 2014

HISTÓRIAS



História de amor é alimento
do eterno e do momento.

História de amor é, no entanto
as vezes risos, as vezes pranto.

Histórias que nascem juramento
e sobrevivem do cimento,
bloco, concreto e amianto.

Histórias que nascem no vento
e se aquecem no manto de um aposento

Histórias de amor eu sinto
são fragmentos de eventos, de
espantos, labirintos...

Ao escrever histórias eu hoje tento
compor algo que não fuja do assunto: 
Que é o simples prazer de se estar junto.



CLÁUDIA - 2014

INSPIRAÇÃO

Ao faltar latim, ou talvez
o articular Português.
Seríamos muito práticas
se consultarmos gramáticas?

(NÃO)

Pois,  inspiração é  arte
inscrita em outra  parte.
Aos ouvidos é a música.
Aos músculos é cinética.

PORTANTO

Quando um manual que se abre
Rimas e semânticas
São apenas táticas.

PORÉM

Quando o SENTIR se descobre
O fluir  é rítmico.
O fazer é cântico.


(CLÁUDIA – 2014)

domingo, 8 de junho de 2014

SOBRE MÉDICOS E SAÚDE. OU: AI QUE VONTADE DE UMA MANHÃ DE SOL

CLÁUDIA REGINA LEMES 08/06/2014.

Por mais irônico que isto seja, desejar que um médico olhe para o rosto de seu paciente, na atual circunstância é o cúmulo da carência de humanidade. Sendo assim, um médico no Brasil  examinar um joelho que dói é quase impossível.
Com isto, há aproximadamente dois meses, eu estou manca... Corrijo: Estava até ontem de noite.
Participando de uma brincadeira esportiva, senti um “CREC” no joelho da perna esquerda, acompanhado de dor intensa e impossibilidade de apoiar o peso do corpo dividindo-o com as duas pernas, como geralmente acontece.
Primeiro médico: Pronto Socorro – “Era uma doutora” Olhou rapidamente para o meu rosto e pediu para eu mostrar onde doía... Mostrei o joelho esquerdo. Ela sem tocar, disse: “Parece que está tudo normal...” Vou receitar um anti-inflamatório e te dar um “atestado para o dia de hoje”. (Olha como sou boa, dou-te um dia todo para fazer o que quiser, longe do teu trabalho). Retruquei e ela me fulminou com os olhos. (Gente mal humorada. Dou um atestado e ainda quer retrucar a minha conduta!):
- Doutora, meu joelho não está normal, está muito inchado, ele NÃO é assim enorme, olha a diferença.  – Só então ela resolveu olhar o joelho direito para compará-los.
Nossa! Realmente está inchado. Mas você terá que fazer um tratamento ambulatorial, pois aqui no Pronto Socorro ortopédico, só resolvemos a urgência, no caso a tua dor, pois o que está acontecendo aí dentro do teu joelho não dá para saber agora.
Sugeri que pedisse um RX e ela me respondeu que o tipo de exame radiológico feito em pronto socorro não daria para verificar a minha queixa, pois, precisaria de um laudo do radiologista, mas, que eu ficasse tranquila, pois marcando a consulta no ambulatório ele solicitaria o tal exame.
Mais uma vez retruquei (que paciente chata!) sugeri que ela solicitasse o exame e me encaminhasse ao médico ambulatorial, pois, assim eu ganharia tempo e já iria para o tal ambulatório com o exame pronto.  Ela me encarou por alguns segundos e começou a escrever no receituário. (pediu o exame e me indicou um especialista em joelhos).
Segundo médico: No ambulatório o médico olhou o resultado do exame (tudo normal conforme o laudo). A esta altura já não havia mais inchaço, mas, a dor persistia. Uma pequena dor permanente que se tornava aguda com o apoio do peso do corpo. Enfim, eu já estava me preparando para ser alguém com limitações para correr, atravessar rua, pular. Sem olhar o meu joelho (afinal ele estava vendo o RX do mesmo), Solicitou outros exames mais complexos e retornar com os resultados. “Mas, doutor, eu não posso...” Ele me cortou antes de terminar a frase. Acho que a amigar médica já havia falado ao meu respeito para ele:
- Não tem como saber o que está acontecendo aí antes dos resultados dos exames.
Desapontada e sem respostas mínimas para as minhas dúvidas sobre joelhos. Procurei o google.
Terceiro médico: Indicação de uma amiga.
Cheia de esperança. Mas, tudo igual. Este terceiro olhou mais vezes para o relógio do que para mim, enquanto me fazia perguntas. Saí do consultório com um pedido de Ressonância Magnética.
É bom ressaltar que estes dois meses (sem joelho esquerdo) foi uma experiência que me fez perceber como é atravessar uma rua, com limitações no caminhar, como é difícil atender um telefone que toca apenas três vezes e não te espera chegar. Descer e subir degraus, andar em calçadas disformes.
Ontem de noite: Mesmo em cadeira, sentar como índio é o jeito que mais me sinto confortável, mas, com a dor e pressão no joelho, até isto estava sendo impossível para mim. Mas, eis que ontem, um pouco relaxada em casa, brincando com um violão, sento-me distraidamente da forma como gosto e sem querer pressionei o joelho.  Sinto o “CREC”.
A dor e o medo foram imensos. Nem gosto de lembrar. Mas, a dor foi passando e em seguida um alívio inenarrável tomou conta de mim. A dor constante passou totalmente. Voltei a poder movimentar a perna como antes. Meu joelho voltou ao normal, logo depois do “CREC”.  Não acreditei de imediato. Testei alguns movimentos que há dois meses eu não fazia. Corri pela sala. (Ai que vontade de correr na rua).
Pensei: Quanto tempo falta para chegar amanhã? Ai que vontade de uma manhã de sol!
Sobre médicos e a Saúde no Brasil... Escreverei ainda... Talvez. Mas, agora quero pensar em coisa boa. Estou tão feliz...
CLAUDIA REGINA LEMES – 2014


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CLAUDIA REGINA LEMES: Gravação caseira - música popular

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