CAMINHANDO
Caminhando para cuidar da saúde,
manter forma física, pensar, observar coisas e pessoas, foi que me remeti a uma
época em que as pessoas caminhavam com passos mais tranquilos, por calçadas
estreitas e ruazinhas simples, sem asfalto.
Eram passos firmes, sem pressa. Cruzavam
com outros passos e paravam para contar as novidades, que eram sempre as mesmas
“novidades”. E lá se iam, ainda sem pressas.
Viajei. Cortando campos verdes. “Caminhos
que só existem, quando você passa”, disse assim o Skank.
Mergulhei nos caminhos construídos
pelo andar das águas, que trouxe nossos primeiros habitantes, embrião de nossas
cidades, sufocados por concretos.
Córregos do Velho Rio Paraíba, que seguem
seus caminhos delimitados por duras veias.
Caminhamos rumo ao progresso. Pontes,
estradas, viadutos, canalizações dos rios, asfaltos. Tornaram curtos os nossos
caminhos e aumentaram nossas distâncias.
E assim vou caminhando, às vezes,
caminhando e cantando.
(Claudia Regina Lemes – Janeiro - 2014)