O MEDO NO ESTUDO DO CÉREBRO LÍMBICO
Cláudia Regina Lemes – 2014
O
cérebro é uma estrutura tripartida: cérebro reptiliano, sistema límbico e neocórtex.
O
cérebro reptiliano controla as
condições homeostase do corpo, como a respiração.
O neocórtex é a parte humana
do cérebro, que controla a cognição, a memória. Tem habilidade para analisar,
criticar, intuir, interpretar, criar, produzir, raciocinar, calcular, operacionalizar,
comparar, contrapor, deduzir, induzir.
O cérebro límbico – será aqui tratado com mais detalhes, para
discutir o medo.
O
medo faz parte das nossas respostas límbicas e remonta a nossa ancestralidade.
Assegurou a nossa sobrevivência com formas de ação: paralisação, fuga, luta.
A paralisação foi uma forma desenvolvida pelo homem ancestral, para defender-se
dos predadores, que precisavam do movimento da vítima para detectá-la. Hoje, na
sociedade moderna “fazer-se de morto” é uma das principais reações de paralisação.
Crianças que foram
vítimas de abusos manifestam comportamento límbico de paralização. Na presença
de um pai, ou de uma mãe abusivos, evitam contato visual, seus braços ficam em
repouso lateral.
Ao
longo da evolução o ser humano escapava fugindo,
quando as espécies predadoras já tinham atingido um processo evolutivo em que o
olfato e a visão lhes permitiam identificar a vítima.
Na
sociedade moderna este comportamento foi adaptado na forma de bloqueio, evasão
e distanciamento, já que não é possível fugir das mesmas formas que os nossos
ancestrais.
A
luta é a estratégia final do cérebro
límbico, para sobreviver a uma agressão.
Na
sociedade moderna, diante de uma situação de perigo, a luta é sempre a última
alternativa. Mas, como não se pode lutar sempre, então, usam-se outros meios de enfrentar
os perigos: Discutir, debater, incitar, contra-alegar, violar o espaço pessoal do outro, denegrir, desqualificar, etc..(em muitos casos as pessoas que praticam
bulliyng, estão reagindo à uma ameaça ‘subjetiva’, mas, que não deixa de
representar uma ameaça.)
Sempre
que ocorre uma experiência negativa ou ameaçadora, o cérebro pede ao corpo para
proporcionar-lhe comportamentos reconfortantes. São comportamentos que podem
assumir muitas formas, desde movimentos com o corpo, como mexer nos cabelos,
ajeitar a gravata, etc., como ações mais complexas: Reorganizar a própria vida
e as relações sociais e/ou afetivas.
As
pessoas nem sempre tem consciência de que estão a comunicar-se não verbalmente
o tempo todo, sendo assim a linguagem corporal é a mais honesta do que qualquer
afirmativa verbal, que são conscientemente construídas para se alcançar
objetivos do interlocutor, portanto, a comunicação que parte do sistema límbico em forma de ações, reações, expressões, faciais, ou até mesmo atos falhos, da linguagem, são sempre mais verdadeiras, pois não passam pelos filtros da racionalidade.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GOLEMAN, Daniel. Inteligência
emocional –,
Ed. Objetiva, 1995.
CALVIN, Willian H. Como o cérebro
pensa –Ed.
Atual Rocco, 1998.