domingo, 5 de janeiro de 2014

O MEDO NO ESTUDO DO CÉREBRO LÍMBICO

O MEDO NO ESTUDO DO CÉREBRO LÍMBICO
Cláudia Regina Lemes – 2014

O cérebro é uma estrutura tripartida: cérebro reptiliano, sistema límbico e neocórtex.
O cérebro reptiliano controla as condições homeostase do corpo, como a respiração. 
O neocórtex é a parte  humana do cérebro, que controla a cognição, a memória. Tem habilidade para analisar, criticar, intuir, interpretar, criar, produzir, raciocinar, calcular, operacionalizar, comparar, contrapor, deduzir, induzir.
O cérebro límbico – será aqui tratado com mais detalhes, para discutir o medo.
O medo faz parte das nossas respostas límbicas e remonta a nossa ancestralidade. Assegurou a nossa sobrevivência com formas de ação: paralisação, fuga, luta.
paralisação foi uma forma desenvolvida pelo homem ancestral, para defender-se dos predadores, que precisavam do movimento da vítima para detectá-la. Hoje, na sociedade moderna “fazer-se de morto” é uma das principais reações de paralisação.
Crianças que foram vítimas de abusos manifestam comportamento límbico de paralização. Na presença de um pai, ou de uma mãe abusivos, evitam contato visual, seus braços ficam em repouso lateral.
Ao longo da evolução o ser humano escapava fugindo, quando as espécies predadoras já tinham atingido um processo evolutivo em que o olfato e a visão lhes permitiam identificar a vítima.
Na sociedade moderna este comportamento foi adaptado na forma de bloqueio, evasão e distanciamento, já que não é possível fugir das mesmas formas que os nossos ancestrais.
A luta é a estratégia final do cérebro límbico, para sobreviver a uma agressão.
Na sociedade moderna, diante de uma situação de perigo, a luta é sempre a última alternativa. Mas, como não se pode lutar sempre, então, usam-se outros meios de enfrentar os perigos:  Discutir, debater, incitar, contra-alegar, violar o espaço pessoal do outro, denegrir, desqualificar, etc..(em muitos casos as pessoas que praticam bulliyng, estão reagindo à uma ameaça ‘subjetiva’, mas, que não deixa de representar uma ameaça.)
Sempre que ocorre uma experiência negativa ou ameaçadora, o cérebro pede ao corpo para proporcionar-lhe comportamentos reconfortantes. São comportamentos que podem assumir muitas formas, desde movimentos com o corpo, como mexer nos cabelos, ajeitar a gravata, etc., como ações mais complexas: Reorganizar a própria vida e as relações sociais e/ou afetivas.
As pessoas nem sempre tem consciência de que estão a comunicar-se não verbalmente o tempo todo, sendo assim a linguagem corporal é a mais honesta do que qualquer afirmativa verbal, que são conscientemente construídas para se alcançar objetivos do interlocutor, portanto, a comunicação que parte do sistema límbico em forma de ações, reações, expressões, faciais, ou até mesmo atos falhos, da linguagem, são sempre mais verdadeiras, pois não passam pelos filtros da racionalidade.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional, Ed. Objetiva, 1995.

CALVIN, Willian H. Como o cérebro pensaEd. Atual Rocco, 1998.





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