sábado, 20 de julho de 2013

VERSINHO PARA O MAR





Queria te conquistar

Sempre bem devagarinho.


Alguns dias de sol


e em noites de luar...




(Clau, 2013)

Divagações sobre a Mãe Natureza...


No princípio o homem se relacionava com a natureza de forma divina. Para se cortar uma árvore, para se alimentar de uma carne, para pescar em um rio, eram necessários rituais, em que se pedia licença aos deuses. Mas, o homem evoluiu. Deixou de acreditar em diversos deuses e deusas (deus da árvore, deus do fogo...), não precisando assim prestar conta de seus atos. Estabeleceu um Deus único e semelhante a si e cheio de poderes absolutos. A partir de então, a natureza passou a perder o status de Mãe da Vida. Com isso o homem passou a “poder” destruí-la para retirar da Mãe, as suas riquezas, porque, essa separação fez do homem um ser pobre, pequeno, inseguro. Necessitou do “poder” para aquebrantar os seus medos. A prepotência (que tem seu cerne na fraqueza humana) é tão grande que chegamos a pensar hoje, que, “o homem precisa proteger a natureza”. 
Penso, que devemos ensinar às gerações mais novas, aquelas a quem educamos, que: o homem precisa para se proteger, não destruir a si próprio. Se compreendermos isso em sua extensão e profundidade, talvez possamos conservar por mais tempo nossa viagem nesta Mãe Azul...

Claudia Regina Lemes (19/07/2013, Caraguatasol). 

Alguns me perguntam: Por que não vai curtir o sol e para de filosofar? A minha resposta é esta: Eu penso/ filosofo o tempo todo, desde que fui concebida e, escrevo o tempo todo, desde que descobri materiais, traços (de cores e/ou texturas), signos, isso ocorreu bem cedo em minha vida. E, assim liberto minha alma, curtindo a sol, a praia, limpando a minha casa, ensinando os meus alunos, brigando com a vida, amando, preparando aulas, sofrendo, sonhando... 

Conquistar


Praia Martins de Sá - Caraguatatuba...


Sobre a morte violenta do MC da Leste.


Eu trabalho com escolas da periferia, crianças e adultos dos bairros mais afastados de São José dos Campos. Afastados não no sentido de distância física, mas, no sentido humano, social. São afastados do olhar, da lente de quem apareceu um dia para pedir-lhes voto. 
De repente, esses estudantes da periferia, declaram luto pela morte violenta de um "ídolo" qu
e os representa. Eu não conhecia o MC da Leste, pois funk não está entre as minhas preferências musicais (mas, não odeio e nem tapo os meus ouvidos). Se eu quero que eles me ouçam, eu preciso também ouvi-los. Se eu quero que eles saibam o que eu sei, eu preciso também saber o que eles sabem. Só por meio deste diálogo eu consigo alcançar em parte o conteúdo simbólico da periferia, onde eu trabalho, as vezes por opção e as vezes por falta dela e, propor reflexões com as quais eu acredito ensinar, mas, sei também que muito aprendo.



(Claudia, 15/07/2013)

Aproximações Erich Fromm...



Segundo Erich Fromm, ao nos afastarmos do nosso estado de natureza, adquirimos cultura. Esse processo durou o tempo da evolução humana no estado que estamos hoje, ou seja, não está completo. Ao se afastar da natureza, o homem toma consciência de si mesmo e se sente só, desprotegido. A metáfora do Jardim do Éden caracteriza bem este momento da evolução humana, em que o homem ao ser expulso do paraíso, se percebe nu. A cultura, não completou o homem, como ocorria quando ele fazia parte de natureza e se harmonizava com ela. Voltar ao estado de natureza, isso não é possível, pois o homem precisa da cultura - que o faz quem ele é, mas ao mesmo tempo, sente falta do útero de onde ele veio que satisfazia todas as suas necessidades... É mais ou menos isso... Se gostou leia Psicanálise da Sociedade Contemporânea.



Claudia - 2013

POESIA DA JANELA



Olho por esta janela
tento encontrar poesia que sei:
Há nela.

Talvez nas  telas e concretos
Resida um poema discreto...

Uma infância roubada pela metrópole?
Ou, uma criança que usurpou do cimento
um dia cinzento
e o fez arco íris?


(Cláudia  jun/2013)

Andanças


Claudia


Sobre Abismos


Histórias do meu velho...

Histórias do meu velho...

Ele (meu pai) conta que sentado com uns colegas na varanda de sua casa, no interior região de Novaes/ SP, vê subir  pelo alpendre, uma taturana (dessas que dizem queimar a pele).  Impediu que a matassem, pois os que lá estavam  diziam que aquele bicho causava doença, etc..
Diz meu pai que o bicho chegou bem perto dele...  Levantou a parte dianteira do corpo, como se quisesse dirigir-lhe alguma comunicação. Com isso, ele retirou a lagarta/taturana, com uma folha de papel e a colocou em um tronco de árvore, onde ela permaneceu imóvel.
Na manhã seguinte, logo cedo, foi ver como estava a sua lagarta e não mais a encontrou. Em seu lugar havia um casulo preso ao tronco. Ele entendeu que se tratava da metamorfose de sua lagarta.
Durante algumas manhãs ele foi até a árvore e lá estava o casulo dependurado despretensiosamente ao tronco. Porém, em uma manhã especial, como se aguardasse por ele, lá estava ao invés de lagarta, ao invés de casulo, uma maravilhosa borboleta azul que o presenteou, preenchendo os seus olhos de encantamento com um vôo calmo antes de partir.
Meu pai acredita que foi um presente, não por pensar que lagartas são inteligentes suficiente para presenteá-lo desta forma, mas, um presente vindo de um saber maior, da harmonia entre as diversas formas de vidas deste planeta que te coloca em contato com a essência e, pelo sopro da vida, te fez perceber semelhante a tantas formas. 
Esta história, não é, apesar de parecer, uma história antiga, da tradição oral que foi passando de gerações em gerações. O início desta história está na minha geração porque ela foi contada recentemente pelo meu pai, de uma experiência vivida e registrada pelo seu sentido de mundo.
Meu pai é a pessoa que me ensina a olhar. Ele nunca sentou-me a sua frente para fazer um discurso ou me dar um sermão. Ele sempre se senta ao meu lado e me ensina ser quem eu sou apenas sendo quem ele é...E ele é um herói...


Claudia Regina Lemes

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CLAUDIA REGINA LEMES: Gravação caseira - música popular

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