quarta-feira, 6 de novembro de 2013

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

SOBRE A EDUCAÇÃO, EM ALGUM LUGAR DO BRASIL...

SOBRE A EDUCAÇÃO, EM ALGUM LUGAR DO BRASIL...

A jovem balconista, da cafeteria, de algum lugar na maior cidade metropolitana do Brasil, em um momento de grande concentração de clientes, encontra-se em apuros:
A calculadora fixada em local NÃO estratégico, é instrumento de difícil acesso. 
Ela precisa se deslocar do balcão, ficar de costas para os clientes, operar a máquina e retornar com os resultados das contas, para efetuar o troco.  Ao retornar, diante de tanta gente, ela  não se lembrar do rosto do cliente em atendimento, se atrapalha muito.
Agravante: Líder algum aparece para tentar organizar melhor a confusa forma de atendimento. Tudo transcorre na mais perfeita desorganização até que todos se vão atendidos, ou não (alguns, desistem).
Poderíamos criticar a logística do local ou, as estratégias de atendimento ao cliente, o planejamento administrativo ou a gestão do negócio. Mas, apesar haver espaço para estas discussões, o que me provocou, desta vez, é a competência operatória da uma jovem que aparenta ter menos do que vinte anos e, necessita de uma calculadora para fazer operações básicas que envolvem valores menores do que R$100,00.
Sou professora, e atuo é nas séries iniciais do ensino fundamental. Compreendam a minha angústia. 
Os saberes desenvolvidos no ensino fundamental é, como o próprio nome diz, base para tudo o que vem posterior a ele.
Esta menina passou por este processo, sem ter se apropriado dos conhecimentos mínimos necessários para continuar seus estudos e/ou garantir a sua própria sobrevivência no mundo do trabalho. Se este último, fosse o único importante; como é para muitos - MAS NÃO DEVERIA SER - pelo menos no que diz respeito ao ensino das operações; falhamos. Eu falhei!!!
Todo um sistema falhou. Nossa sociedade falhou com os nossos jovens. Com isso, o conhecimento socialmente adquirido ao longo do tempo, por não ter circulado adequadamente, simplesmente não fez história. Não foi socializado.
Somos seres inacabados. Acredito muito nisto e levanto esta bandeira. Então, tenho esperanças de que esta moça, que está aqui sendo citada, para  representar tantas outras, que como ela, talvez tenham recebido apenas uma educação bancária, sem ligação com a realidade que enfrentaria no futuro, consiga, por iniciativa própria ou ajuda de alguém, superar este problema que não é individual, mas, social.
A escola e seus atores são os donos destas questões. Elas nos pertencem, como objeto de estudo, compreensão e problemática a ser superada. Vejam que não estou aqui a apontar soluções e nem levantar hipóteses premeditadas. Estou aqui ASSUMINDO, um problema que faz parte dos saberes que envolvem a Educação, por isto não me sinto melhor do que a menina da cafeteria. Sou a parte capenga deste sistema que não tem sido competente em garantir Educação de qualidade para o seu povo. 


Claudia Regina Lemes – 04/11/2013

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CLAUDIA REGINA LEMES: Gravação caseira - música popular

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