Cultura é um conceito amplo.
Quando tratamos de cultura podemos nos remeter ao que contrapõe o conceito de natureza. O homem em estado originário é o homem primitivo que vivia ligado à natureza e dela fazia parte. O homem em estado de cultura é o homem já separado da natureza e que passou a observá-la de forma distanciada. Não mais sendo parte dela, podendo inclusive representá-la.
Este desligamento se deu no longo processo de evolução que não cessou. Ou seja: estamos em pleno processo evolutivo.
O homem separado da natureza passa a ter necessidade de representá-la. E isto ocorre instintivamente (ou seja: o desligamento da natureza não é completo) pela necessidade de preservação e garantia de sobrevivência da espécie. Ou seja: O homem adquire cultura no momento em que passa a representar através de signos as coisas existentes no mundo.
É provável que o homem precisando caçar para alimentar-se, num momento de escassez, necessitou criar estratégias para garantir o sucesso da caça. Fez isto através de desenhos nas paredes das cavernas onde se abrigava. As pinturas rupestres já eram representações e possuíam um universo representativo extremamento rico, que nos fornece possibilidades de inúmeras leituras dos primeiros momentos da aquisição e registros de signos e da capacidade de leituras destas significações por outros homens.
Em um momento posterior, o homem já sendo pastor de animais que aprendeu domesticar, necessitou de estratégias para controlar a posse destes animais. Criou portanto um sistema representativos de quantidades. Cada cálculo (pedra) significava uma quantidade. Observe que quantidades são representações/ abstrações que foram criadas muito antes de surgirem os números e suas diversas formas de representá-los.
Claudia Regina Lemes
Obras Consultadas:
Erich Fromm - Psicanálise da Sociedade Contemporânea
Cidmar Teodoro Pais - Semiótica das Culturas
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