quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

SOBRE GADOS E HOMENS

Um boiadeiro toca o berrante
e o gado segue..
o mais importante é a crença
do gado no berrante.

a mídia lança um anúncio
e o homem segue..
o mais importante é a fé:
"alma do negócio"

(CLÁUDIA - 2014)

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

LIMERICK DÊ A PREFERÊNCIA

Pra conversa inicial
respeite a vaga preferencial.
Mas não confunda a essência.
Diante do triângulo: Dê a preferência.
pela ética, trânsito e  convívio social

(CLÁUDIA - 2014)

sábado, 9 de agosto de 2014

MINI CRÔNICA DO ARREPENDIMENTO



- Professora quantos passeios teremos até o fim do ano?
- Dez! – Responde a professora um tanto alterada. 
- Puxa... Será que se eu pedir desculpas para a Diretora eu conseguirei ir a uns dois pelo menos? 

Cláudia - 2014

A cultura do Interior e a Manifestação da Arte.

                                                (Cláudia Regina Lemes - Agosto 2014)

Em  comentário um amigo professor dizia que o cidadão comum do interior seria mais “inteligente” que o cidadão de “cidade grande”.  
Era apenas uma impressão, sem preocupações, de alguém que já havia trabalhado por muitos anos como docente em várias cidades e em vários níveis do ensino.
Eu, também professora passei por várias cidades do Vale do Paraíba e Alto Tiete na prática profissional. Observo que existem, obviamente, diferenças importantes entre pessoas de diferentes cidades. Afinal a pólis é lócus de formação de pessoas.
É necessário esclarecer que o que está sendo chamado de inteligência aqui não é a potencialidade cognitiva de cada um mas sim da capacidade de fazer conexões entre vários temas ser sagaz na oralidade e transitar socialmente em diversas situações sem muitos embaraços. Ou seja: A inteligência pensada aqui seria a energia manifesta. A potencialidade colocada em prática.
Considerando assim eu concordaria com o meu amigo-professor, pois no ambiente menos rígido sem as tantas amarras que a civilização impõe é mais possível de se colocar potencialidades em movimento: Manifestar-se. No cotidiano das cidades pequenas sobrevive o interior.
A cultura do interior é uma cultura caipira. Caipira designa da Língua Tupi em que Caa significa gente e pira significa mato: Gente do mato.
Era o nome dado àqueles que moravam no meio em contraposição de aos que moravam nas extremidades. (Mato e litoral). Pensando assim toda região da grande São Paulo é habitada por caipiras.
Sei que pode parecer contraditória a minha defesa de que o caipira é aquele que transita melhor entre vários temas porque se convencionou usar o termo pejorativamente considerando caipira aquele que pouco sabe que fala errado e que é demasiadamente tímido.
Acontece que como qualquer construção cultural a linguagem se transforma com o passar do tempo. Representações são incorporadas e a Língua adquire novas significações. Hoje o termo caipira pouco se relaciona com a posição geográfica da forma que foi concebido. Caipira é comumente considerado aquele que se distancia da capital onde se localizam os grandes centros urbanos.
Atualmente o “capital – dinheiro” é o contorno de tudo. Até porque sabemos que a economia dita regras e dá formato à sociedade civilizada.
Interior manteve o significado da palavra, mas não o sentido geográfico. Então interior ficou sendo o local afastado da Capital ou centro urbano. E lugar onde vivem os caipiras.
Respondendo provisoriamente a pergunta se o caipira tem melhores condições de manifestar suas potencialidades eu diria que sim. De manifestar sua cultura. É notório que sim.
O cidadão metropolitano se prende indeliberadamente às determinações do seu universo que é regido pelas demandas da produção, consumo e sustentação de um sistema rígido e estruturado para manter a economia que atualmente não se atrela ao bem estar humano. Ela se preocupa em manter a organização e ritmo administrada por interesses esquizofrênicos e paranoicos.
O sujeito metropolitano escravizado no mundo capitalista não reconhece suas potencialidades, não as exercita passa pela vida sem emergir enquanto ser humano e cultural.
O homem do interior é mais livre e consegue exercitar a sua humanidade. Artistas populares que criam, recriam, transformam.
Caberia ao sujeito-metropolitano o acesso à cultura através da Arte. Mas infelizmente a arte foi colonizada pela indústria e o artista-metropolitano foi “encantado” pelo deslumbramento do que o dinheiro pode comprar.
A “arte” e os artistas se transformaram em produtos de mercado. A arte é sucateada para gerar lucro na relação de troca. Ao artista resta viver na alienação da realidade, recluso em nichos assumindo a triste condição de celebridade para ser vendido de acordo com as demandas mercadológicas e midiáticas.
Talvez fosse necessário que o artista voltasse ao “interior essência” para chegar onde o povo está. Assim a cultura resgataria o seu papel: Libertar o homem da sua condição de mero ser biológico.





quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O QUE QUERES?


Sentes falta da docência...
Ou da ternura da infância?
Perto queres a inocência
da criança...

Sentes falta da ciência...
Ou da lisura da gerencia?
Perto queres a ganância
da finança...

Sentes falta da fluência...
Ou da pura ignorância?
Perto queres a essência
da aliança...

Sentes falta da sequência...
ou da falência?
Perto queres a potência
da vingança..

Sentes falta da resistência...
Ou da impotência?
Perto queres resiliência

Da lembrança...

CLÁUDIA -2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

POESIAS DE CORDEL COMO RECURSO INTERDISCIPLINAR DE ENSINO/ APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL.

http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2007/trabalhos/humanas/epg/EPG00164_01O.pdf

Resumo - Este artigo trata de um trabalho que foi desenvolvido em uma Escola da Rede Pública Estadual
de São José dos Campos, que perpassando por todas as áreas do saber, desembocou na elaboração de
um portfólio de versos de cordel elaboradas por um grupo de 33 alunos da segunda série do Ensino
Fundamental ciclo 1. No entanto, o percurso que ocorreu entre a investigação crítica e o primeiro contato
dos alunos e professora com as produções em cordel; a interpretação de versos conhecidos; ao
conhecimento e percepção da hibridação dos versos de cordel com a dramaturgia, a música, cinema e
outros; e o produto final (portfólio), demonstram claramente que a inovação a qual clama a educação pode
ocorrer pela releitura de recursos conhecidos da cultura popular se reaproveitados pela escola, como nesse
caso ocorreu com essa abordagem, dos Versos de Cordel.


segunda-feira, 7 de julho de 2014

O TEMPO


Culpado ou  inocente,
do valor irreparável:
O tempo é prudente.

Na história demarca
o inalterável
O tempo onipresente

No reencontro sente
o inexorável:
O tempo onisciente

No Futuro do presente
indecifrável
O tempo onipotente!

(CLÁUDIA – 2014)

sábado, 5 de julho de 2014

A CALÇA JEANS NO MEIO DO QUARTO


O artista
Qual o seu nome?
Suas obras ao acaso?
(Não vêm ao caso!)

A obra
Falo aqui da ligeira aparição:
Elevação, arte visual,
inusitada composição.
Provocação sensorial:
distraída oposição
a um padrão formal.

A instalação
No chão do quarto
belo acerto!
Índico blue moda,
invenção da roda.
Não se derramava ao chão,
definia-se em ebulição.
Veste adotada por mineiros,
exportada ao mundo inteiro.
nítida instalação, croqui
que me dava um recado:
-Mãe!  Passei por aqui...

(CLÁUDIA – 2011- revisada)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

terça-feira, 1 de julho de 2014

SUPER HOMEM

Sonhei com o super-homem
E nele vi sintetizada toda a minha vontade:
Se os meus olhos dormem
sou laçada pelo olhar sem acuidade
e meus medos somem...
Que seus frágeis abraços de eternidade
e seus  dedos ágeis, me desarmem!
Pois amo um  Homem
que superou a invenção da  velocidade.
Superou o Superman
e resgatou para si a  toda a verdade.
Superou a precisão do sêmen,
superou o culto da masculinidade,
superou o hímen
e resgatou para si a humanidade.
Eu amo um Super Homem


(CLÁUDIA – 2014)

SOBRE UM SONHO

A lua escureceu
Entalhou você e eu
fisgados por Morpheu.

CLÁUDIA -2014

quarta-feira, 25 de junho de 2014

UM PRATO FRIO, QUE SE COME QUENTE.


É a possível resposta de um garçom que foi interpelado por uma ex-professora. Ela se admirou com a postura educada do rapaz, que nos tempos da escola falava muitos palavrões.  Ela quis saber com o seu chefe qual teria sido o" milagre" para ter conseguido tal façanha. A primeira parte foi contada em crônica e demonstrou a atitude opressora que NÃO representa a forma de agir de todos os professores, apenas de alguns.


Sabe o que te incomoda?
A minha educação...
Você que é da Alta Roda
e eu um simples garçom.

A bandeja equilibrada
na palma da minha mão
deixou-te desconcertada
com tamanha perfeição

Esta bandeja é “querida”
disto tu não tens noção..
Eu equilíbrio a  medida
que me traz inspiração.

Eu exerço sem dúvida
com amor, dedicação
professorinha querida...
 A minha  profissão!

E digo em contrapartida
tu tens alguma razão:
Mudei. E, foi com a vida
e não com tua lição.

Mas, tu és alienada
insonsa e sem expressão
e não aprendeste nada
com as aulas de palavrão!!!

(CLÁUDIA – 2014)







domingo, 8 de junho de 2014

SOBRE MÉDICOS E SAÚDE. OU: AI QUE VONTADE DE UMA MANHÃ DE SOL

CLÁUDIA REGINA LEMES 08/06/2014.

Por mais irônico que isto seja, desejar que um médico olhe para o rosto de seu paciente, na atual circunstância é o cúmulo da carência de humanidade. Sendo assim, um médico no Brasil  examinar um joelho que dói é quase impossível.
Com isto, há aproximadamente dois meses, eu estou manca... Corrijo: Estava até ontem de noite.
Participando de uma brincadeira esportiva, senti um “CREC” no joelho da perna esquerda, acompanhado de dor intensa e impossibilidade de apoiar o peso do corpo dividindo-o com as duas pernas, como geralmente acontece.
Primeiro médico: Pronto Socorro – “Era uma doutora” Olhou rapidamente para o meu rosto e pediu para eu mostrar onde doía... Mostrei o joelho esquerdo. Ela sem tocar, disse: “Parece que está tudo normal...” Vou receitar um anti-inflamatório e te dar um “atestado para o dia de hoje”. (Olha como sou boa, dou-te um dia todo para fazer o que quiser, longe do teu trabalho). Retruquei e ela me fulminou com os olhos. (Gente mal humorada. Dou um atestado e ainda quer retrucar a minha conduta!):
- Doutora, meu joelho não está normal, está muito inchado, ele NÃO é assim enorme, olha a diferença.  – Só então ela resolveu olhar o joelho direito para compará-los.
Nossa! Realmente está inchado. Mas você terá que fazer um tratamento ambulatorial, pois aqui no Pronto Socorro ortopédico, só resolvemos a urgência, no caso a tua dor, pois o que está acontecendo aí dentro do teu joelho não dá para saber agora.
Sugeri que pedisse um RX e ela me respondeu que o tipo de exame radiológico feito em pronto socorro não daria para verificar a minha queixa, pois, precisaria de um laudo do radiologista, mas, que eu ficasse tranquila, pois marcando a consulta no ambulatório ele solicitaria o tal exame.
Mais uma vez retruquei (que paciente chata!) sugeri que ela solicitasse o exame e me encaminhasse ao médico ambulatorial, pois, assim eu ganharia tempo e já iria para o tal ambulatório com o exame pronto.  Ela me encarou por alguns segundos e começou a escrever no receituário. (pediu o exame e me indicou um especialista em joelhos).
Segundo médico: No ambulatório o médico olhou o resultado do exame (tudo normal conforme o laudo). A esta altura já não havia mais inchaço, mas, a dor persistia. Uma pequena dor permanente que se tornava aguda com o apoio do peso do corpo. Enfim, eu já estava me preparando para ser alguém com limitações para correr, atravessar rua, pular. Sem olhar o meu joelho (afinal ele estava vendo o RX do mesmo), Solicitou outros exames mais complexos e retornar com os resultados. “Mas, doutor, eu não posso...” Ele me cortou antes de terminar a frase. Acho que a amigar médica já havia falado ao meu respeito para ele:
- Não tem como saber o que está acontecendo aí antes dos resultados dos exames.
Desapontada e sem respostas mínimas para as minhas dúvidas sobre joelhos. Procurei o google.
Terceiro médico: Indicação de uma amiga.
Cheia de esperança. Mas, tudo igual. Este terceiro olhou mais vezes para o relógio do que para mim, enquanto me fazia perguntas. Saí do consultório com um pedido de Ressonância Magnética.
É bom ressaltar que estes dois meses (sem joelho esquerdo) foi uma experiência que me fez perceber como é atravessar uma rua, com limitações no caminhar, como é difícil atender um telefone que toca apenas três vezes e não te espera chegar. Descer e subir degraus, andar em calçadas disformes.
Ontem de noite: Mesmo em cadeira, sentar como índio é o jeito que mais me sinto confortável, mas, com a dor e pressão no joelho, até isto estava sendo impossível para mim. Mas, eis que ontem, um pouco relaxada em casa, brincando com um violão, sento-me distraidamente da forma como gosto e sem querer pressionei o joelho.  Sinto o “CREC”.
A dor e o medo foram imensos. Nem gosto de lembrar. Mas, a dor foi passando e em seguida um alívio inenarrável tomou conta de mim. A dor constante passou totalmente. Voltei a poder movimentar a perna como antes. Meu joelho voltou ao normal, logo depois do “CREC”.  Não acreditei de imediato. Testei alguns movimentos que há dois meses eu não fazia. Corri pela sala. (Ai que vontade de correr na rua).
Pensei: Quanto tempo falta para chegar amanhã? Ai que vontade de uma manhã de sol!
Sobre médicos e a Saúde no Brasil... Escreverei ainda... Talvez. Mas, agora quero pensar em coisa boa. Estou tão feliz...
CLAUDIA REGINA LEMES – 2014


quarta-feira, 21 de maio de 2014

VIDADÁ



Que “arte”! Eu corria num parque,
encontro um castor: Jura-me amor.
História sem graça e sem aventura
Pra melhorar: Um castor de fraque!

E no tempo de ligar o computador.
Uma travessura na noite escura
Os meus olhos que ardem
numa loucura em plena tarde...
Mas, não era um dia de calor?

Dedo nas teclas; olho o monitor.
Que estranheza não cause.
Com problema no meu texto-editor
O tal castor era o mouse.
Que frio! Enrolo-me no cobertor.
Às vezes ao acordar eu cismo.
Que minha vida é um dadaísmo.

CLAUDIA  - 2014




A FÁBULA


( Escrita a partir do conto de Malba Tahan
 (Uma fábula sobre uma fábula.) Fonte: Minha vida querida. Tahan, Malba. Rio de Janeiro: Conquista, 1957, p.93-98.
  
Que se faça a mulher!
E Deus criou a fantasia,
por analogia:

 Entrar num palácio a Verdade quis.
Sempre cristalina, porém aprendiz.
Buscou em silêncio, lá em seu país:
Mais alta colina foi sua diretriz

A verdade-nua em transparente véu
Como a linda lua brilhando no céu
Solicita a entrada a um guardião
Em imensa casa falar ao sultão

Foi “Não!” a resposta: Aqui neste castelo,
Entrar Verdade, assim nua e crua?
Fez então aos guardas logo seu apelo.
Por dignidade. Enxota-a na rua.

Que se faça a mulher!
E Deus fez a Obstinação
por conexão.

Se nua não posso, cubro-me com peles.
Uso outro tom, grosseiro e bem severo.
Ao chefe pediu: Que tu não me repeles!
Senhor-Guardião. Faço um pedido austero:

Sou a Acusação. Ir ao palácio eu quero.
A resposta é “Não!” - disse o soberano-
de joelhos no chão. “Desista!” Eu espero!
Esta permissão seria um grande engano.

Que se faça a mulher!
E o Capricho Deus criou.
E sua obra apreciou...

Vestida em  riqueza e pura beleza!
Usando proeza. Coberta em seda.
Sutileza e a mais feminina certeza:
Toda fortaleza teria a sua queda.

E ao grandioso pediu audiência.
Quem é essa mulher tão misteriosa?
Se o sultão acolher em sua residência
Precisarei saber até de tua essência.

Mostre ao Califa que minha transparência
Voa inocente, como uma libélula.
Que abra palácios para audiência
Almas alimentem, diga, sou a Fábula.

“Que e seja bem vinda em minha morada!”
Pouso vitalício, flores e perfumes.
Eu esperaria até de madrugada!
Abra-se o palácio quebrem os costumes.

Conta a história que Verdade entrou
É sempre ouvida com encantamento
Com vestes de Fábula o saciou
De história e vida a todo o momento.


CLÁUDIA REGINA LEMES - 2014

segunda-feira, 12 de maio de 2014

NOSSO ROQUE


Deus te trouxe até nós.
Tão pequenino,
como um menino
brincava de bola...

 e nos esperou chegar
Fez de nossa casa teu lar
nos amou sem condição
era nossa proteção...

Não vou lembrar com tristeza
Da  dor e do quanto lutaste
Mas, vou lembrar da tua beleza
Do seu doce  contraste:

Fera, brava, possante
mas, no fundo inocente
animal, bicho, cão...
Mas, pra nós tu era gente!

Não foi levado por veneno
Foi com um anjo sereno
Para um mundo de verdade
Sem crueldade...

(CLÁUDIA 2014)







TUA FALA

Silêncio embala.
É o mundo que cala, e eu
só ouço tua fala.

(CLAUDIA - 2014)

domingo, 11 de maio de 2014

PEDIDOS...


Todos estes anos,
tantos abandonos
e eu sobrevivi.
Que tropeço!
Não me peça para ouvir
teu pedido do avesso:
Que eu pare de sorrir...
Meu sorriso é coisa séria
corre na artéria.
É uma resposta à vida,
é minha matéria
É quase um grito.
Zombar aflito
da miséria....
E eu juro não é desafio
é puro epitáfio...

(CLÁUDIA - MAIO/2014)

CEIA

Canto de sereia
"pra"  delicada ceia:
Mar lambendo areia.

(CLÁUDIA 2014)

segunda-feira, 5 de maio de 2014

BEIJA-FLOR

Nada contra o beija-flor
que distribui seu amor
entre as flores dos jardins:
dálias, palmas e jasmins

Eu via o lindo e faceiro
pássaro tão beijoqueiro
tão diferente de mim...
Tantos beijos com que fim?

Em um inverno sem flor
desmaiou o pássaro do amor
por que seria assim?

Era a falta das cores
recheada de sabores
néctar e pele de cetim..

(Cláudia - 2014).








CULTIVO DE PALAVRA

Silêncio que lavra.
Presente do solo à semente.
Cultivo da palavra.

CLÁUDIA - 2014

CONSELHO DE MESTRA

Assim disse minha mestra
Enquanto não se afinarem
não seremos uma orquestra.

CLÁUDIA - 2014

MITO DA CAVERNA

Não é quem governa.
O problema é onde estamos:
No mito da caverna.

(Cláudia - 2014)

DETERMINISMO PSÍQUICO



"Pensei": Se é o dez que me move
e a nona deixo em branco,
sendo franco, eu quero nove!

(CLÁUDIA 2014)

OS COELHOS



 Kako é um coelho
de pelo vermelho
que salta baixinho
com dor no joelho

Úlia é coelhinha
que pula bem alto
consegue num salto...
da sala à cozinha

Enana coelha bacana
que ainda não salta
Só pula e derrama
xixi pela cama

Faelo coelho amarelo
Que salta no escuro
lá no seu castelo
E se enrosca no muro

Ipe coelho atleta
já salta de SK8 e de bicicleta
Faz manobra redonda
na crista da onda.

(CLAUDIA - 2014)

sexta-feira, 2 de maio de 2014

PROVA DE FOGO

Perguntas e análogos.
Da fonte banho ou bebo?
Silêncios ou diálogos...

Prefácio ou epílogo
Se visito ou recebo
Se eu vou ou se chego

O remédio ou o placebo
Atividade ou sossego
O mestre ou  o efebo?

É este o jogo.
Que dentro de mim, percebo!
Prova de fogo.


(CLÁUDIA - 2014)

INSTANTE NO OLHAR

Capta o instante
no olhar de dois amantes
coração não mente.

(CLÁUDIA - 2014)

O QUE OS OLHOS NÃO VEEM

Afirmo que mente
quem diz: olhos não veem
coração não sente.

(CLÁUDIA - 2014)

POEMA-PROBLEMA.

Eu tenho um grande problema.
Todo tempo e espaço,
tudo o que eu vivo e faço,
Penso: Daria um poema.


(CLÁUDIA - 2014)

DÚVIDA

A dúvida é em essência
a mais pura manifestação
da inteligência.

(CLÁUDIA - 2013)

MULHERES E O TEMPO - CONSELHOS DE "TIAS FOFOQUEIRAS"



A sociedade não permite

mulher alguma sem celulite

E quando tiveres seus filhos

tem que andar nos trilhos:

tomar porre de anticoncepcional

Fazer lipoaspiração cerebral

Nada resolve com esteira

Tudo cai da prateleira!

Quando tiveres idade,

maldita lei da gravidade!

Encha os seios de silicone

E faça amor por telefone!!!!

CLÁUDIA - 1994

 

 

 



 

 

LUTO OU AUTOSSABOTAGEM


No espelho a própria imagem
despida e sem maquiagem.
Descalça e sem bagagem,
sem nome ou personagem.

O que fica é a mensagem,
daquela praia selvagem...
O entardecer e a friagem
"nina" só e sem coragem...

Traída pela linguagem,
sem teto e nem hospedagem
embarcou numa viagem
se perdeu pela paisagem.

O preço da traquinagem,
foi pago em porcentagem.
Fiquei na linha da margem:
Luto ou autossabotagem .

(CLAUDIA - 2014)








NASCENTE DE RIO: lágrima.

É a nascente de um rio
ou é no rosto uma lágrima
que foge do vazio?

CLÁUDIA -2014

sexta-feira, 25 de abril de 2014

sexta-feira, 18 de abril de 2014

domingo, 13 de abril de 2014

UMA CRÍTICA SOBRE CASO POLÊMICO.


CONFLITOS

Bem... Para acabar a semana... "porque hoje é sábado"... Há dias estou aqui com os meus conflitos e mergulhos na profundidade da alma. Tentativas... Quem me dera realmente mergulhar. E quem me dera encontrar tais tesouros. Que tola!!
E agora encontro Rubem Braga que diz: Turvar as águas não significa que elas fiquem profundas...Ai meu Deus... mais conflitos.


CLAUDIA - 2014

Escritoras/ autoras/ pensadoras... no Brasil contemporâneo.

Escritoras/ autoras/ pensadoras... no Brasil contemporâneo.

Há um tempo atrás, fui convidada para uma brincadeira-desafio, no Facebook que consistia no seguinte:
Teria que postar dez nomes da literatura que foram importantes para mim ( no caso para quem mais recebesse o desafio). Em seguida eu precisaria passar para mais dez pessoas que eu escolhesse.
O objetivo (nobre eu acho) era a indicação,... divulgação e partilha de obras literárias.
Gostei de participar, mas, apresento aqui dois fatos. Um que me incomodou e outro que me indignou:
O que me incomodou: A grande maioria dos que participaram da brincadeira e fizeram a corrente seguir, foram mulheres. Muitos homens, convidados à participar, ignoraram o convite, ou se recusaram.
O que me indignou: Oitenta por cento aproximadamente dos autores citados, tanto por homens como mulheres, foram os do sexo masculino. As escritoras ficaram invisíveis. (Fiz uma estimativa, nivelando por baixo, para não recair no exagero, mas, os dados estão postados e quem se interessar em corroborar com o que o estou apresentando, basta conferir. Esta brincadeira ainda está acontecendo no Facebook).
Eu fortemente marcada (da infância à vida adulta) por Tatiana Belinky, Marion Zimmer Bradley, Agatha Christie, Cora Coralina, Clarice Lispector, Ruth Rocha, Maria Clara Machado, Hannah Arendt, Marilena Chauí, Cecília Meireles, Janete Clair QUE SEJA!!... Fiquei triste.
Ficou a pergunta: Por que não citaram as mulheres?
Apesar de não ter buscado respostas na época, não arquivei definitivamente esta questão.
Hoje, diante do que a vida nos traz, eu desarquivei pergunta e penso que é mais valioso ter perguntas do que ter respostas ( esta última eu não tenho mesmo!)
Perguntei para mim mesma: Se tivéssemos que citar apenas nomes femininos, quais os que apareceriam? Antecipei possíveis respostas e tive medo. Então foi aí que resolvi abandonar a questão e pensar em outras coisas.
É importante, portanto esclarecer que não acredito em respostas definitivas e muito menos totalizadoras. E sobre este assunto, nada mais tenho a escrever, a priori.


(CLAUDIA - 2014)

PERGUNTA 2

É a pergunta para o projeto
como a porta é para a casa e
a letra "A" é para o alfabeto


(CLAUDIA - 2014)

PERGUNTAS 1

Perguntar não ofende...
Diz a onça pra raposa:
-A que horas me atende?


(CLAUDIA - 2014)

GPS

GPS

Vida não se esgota
Se o caminho tem espinho
Recalcula a rota

(Claudia - 2014)

MULHER-MACHO

É isto que eu acho
Pra ser mulher tem que ser
Muito, muito "macho"!!!!

(CLAUDIA - 2014)

ÁGUA


Cedo quis nadar na superfície do mar
me faltando leveza, desci à profundeza
Tinha o corpo vestido de cinco sentidos
no mergulho sofrido de olhos despidos,

Eu buscava um mistério em perdido tesouro
Que jamais estaria em um ancoradouro
nas águas se escondia com toda a certeza.
(infinito vertical do azul turquesa)...

As vezes embarcando em navios piratas
quis cicatrizes, mais do que ouros e pratas
E de tudo, o naufrágio foi o melhor estágio

Se me encontrei perdida em terra esquecida
Não tive outra saída, construí minha vida:
Valiosa é a lanterna, na viagem interna.
 
(CLÁUDIA - 2014)

AR


 Uma forma cônica em fúria
Penso: estar perto, como seria
breve passeio no epicentro
que belo e romântico encontro

E me aproximo tudo o que posso
cheia de medo (dos pés ao pescoço)
preciso ver o que faz ficar leve
ir do chão ao céu, momento tão breve...

Um doce carinho do ar (suposto)
É bom o vento que toca o meu rosto:
Se atreve e me eleva, leva da treva!!!

Voo eólico não seja católico...
Voo místico, desejo simbólico!
Me escreva em conto onírico lírico !!!

(CLÁUDIA - 2014)

TERRA

Sonhava um encontro com Vulcano
Lavas quentes mundo subterrâneo
Câmara magmática uma pista
Onde estaria a minha: ametista.

É procura difícil e corajosa
A busca a uma pedra preciosa
Sem mesmo vê-la eu tinha certeza
tudo eu daria por rara beleza....

- És feita de argila, veja és lama!!
-É a pedra incandescente que me chama?
- Estou dentro de você minha ama...

E então à terra, (talvez) eu retorne
E quem pensa: este será o fim, erra!
Sou barro, viajo no centro da Terra.
 

(CLÁUDIA - 2014)

POEMA...

Poemas...

Era um latifúndio
de rimas no gerúndio
Houve uma invasão
"operários em construção"
Um brilho de cobalto
poema de asfalto.
Não tem luz, fica no escuro
Faça poema no muro...
Esta noite, moro no incerto
Um poema à céu aberto
Eu sou da comunidade
Faz poema, nesta idade?
"Tô" aqui só de passagem...
É poema a tua imagem!
Baixa-se um decreto!
O poema é concreto.
 
(CLÁUDIA - 2014)

CAÍDA

Tenho uma esperança:
Um dia deixar de ser
o cão que caiu da mudança.

(CLÁUDIA - 2014)

sábado, 12 de abril de 2014

segunda-feira, 7 de abril de 2014

domingo, 6 de abril de 2014

sábado, 5 de abril de 2014

OUVINDO A MANHÃ

Um acordar pausado, lento:
a chuva em ousado momento,
flerta com o assanhado vento.

CLAUDIA - 2014

FORMIGAS E ELEFANTES

Era uma vez dois amantes,
que brigavam com formigas
e não viam os elefantes.

Claudia  - 2014

CUPIDO-NINJA

Me encurralou, mirou e disse:
Não fujas, nem finjas!
Serás flechada por um cupido-ninja.

CLÁUDIA - 2014
 

O QUE NÃO MUDA

Muda a cara, o rosto, o poema,
a cena, figurino, cinema...
Mas, não muda o tema.

Cláudia - 2014)

segunda-feira, 24 de março de 2014

LADO MENINO

Jeito menino!

É o que o tempo não desfaz
Mentira que diz: Jaz
Lembra o poeta em refrão:
“ele vem nos dar a mão”
e nos protege com jeito,
ainda pensa que é defeito.

Ágil menino!

Além o tempo ele corre
Nem sabe... Mas nunca morre!
Por trás de homem maduro.
Menino: medo do escuro!
beleza que se instaura
no brilho de sua aura
forte lilás que se agita.
Sei. É sua alma grita!

(CLAUDIA 2014)

Estado gripal

Estado gripal

Chá de limão, gengibre, oração
e tudo mais que me emancipe:
estado democrático de gripe.

(CLÁUDIA - 2014)