Violência e Educação
– A identidade do professor
Um importante contato que tive
com o tema: Violência e Educação, é proveniente da dissertação de mestrado
defendida em outubro deste ano, em que mantive presente a investigação da
relação entre a violência doméstica contra a criança e a formação cultural da
sociedade. No entanto, diante dos
últimos acontecimentos que tenho presenciado no que se refere à formação
escolar de alunos e a participação dos professores na sociedade, sou provocada
a pensar em como a educação que vai sendo produzida nas relações cotidianas na
escola acontece sob o signo da violência. Essa relação de que falo, também é
cunhada na formação cultural, tem um aspecto que chama a atenção e, que
diferencia daquela cultura que ocorre de forma despretensiosa e assistemática.
Reflito, sobre a formação cultural que é ideologicamente elaborada para manter
um estado de coisas interessante para a hegemonia. A escola que seria o lugar
em que pessoas teriam oportunidade de desenvolver a sua humanidade em conjunto
com o seu aprimoramento intelectual, tecnológico e conceitual é na verdade uma
arena de disputa devastadora em que os gladiadores
lutam por causas que não são suas, espreitados por dos leões famintos, talvez nem se dêem conta de que estão submetidos.
O que se aprende na escola? Essa
pergunta deveria ser feita muito mais vezes e não só para os alunos, mas,
também para toda a comunidade escolar. Verbos como saber, conhecer, participar,
não são conjugados na educação, por aqueles que precisariam ser protagonistas
do processo de ensino-aprendizagem. A desvalorização do professor em seu
próprio território é uma atitude notória e, pasmem – aplaudida por muitos,
patrocinada por aqueles que temem o poder transformador da educação. O professor tem um papel fundamental em
qualquer sociedade séria. No entanto, em
nossa sociedade, temos observado como meros espectadores a identidade desse
profissional ser dissolvida. A eles são negadas os elementos que fundamentam a
sua prática – o saber, a participação, a reflexão e a voz. Saber sobre os
encaminhamentos da educação na sociedade em que atua. Participar desses
encaminhamentos. Refletir sobre a educação nesta sociedade e, ter a palavra
para discutir, criticar, problematizar. A maior violência que ocorre na
educação atinge toda a sociedade que dela depende. Essa violência pode ter
muitos nomes, mas, aqui vamos chamá-la de “negação”. A negação dos requisitos
básicos que a própria profissão de docente exige, implica em negar a identidade
profissional daquele que existe enquanto profissional para garantir o acesso a
todos dos bens culturais construídos no percurso da humanidade. O que se espera
de uma sociedade que nega ao docente a sua identidade profissional?
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