domingo, 21 de julho de 2013

Violência e Educação

Violência e Educação – A identidade do professor

Um importante contato que tive com o tema: Violência e Educação, é  proveniente da dissertação de mestrado defendida em outubro deste ano, em que mantive presente a investigação da relação entre a violência doméstica contra a criança e a formação cultural da sociedade.  No entanto, diante dos últimos acontecimentos que tenho presenciado no que se refere à formação escolar de alunos e a participação dos professores na sociedade, sou provocada a pensar em como a educação que vai sendo produzida nas relações cotidianas na escola acontece sob o signo da violência. Essa relação de que falo, também é cunhada na formação cultural, tem um aspecto que chama a atenção e, que diferencia daquela cultura que ocorre de forma despretensiosa e assistemática. Reflito, sobre a formação cultural que é ideologicamente elaborada para manter um estado de coisas interessante para a hegemonia. A escola que seria o lugar em que pessoas teriam oportunidade de desenvolver a sua humanidade em conjunto com o seu aprimoramento intelectual, tecnológico e conceitual é na verdade uma arena de disputa devastadora em que os gladiadores lutam por causas que não são suas, espreitados por dos leões famintos, talvez nem se dêem conta de que estão submetidos.
O que se aprende na escola? Essa pergunta deveria ser feita muito mais vezes e não só para os alunos, mas, também para toda a comunidade escolar. Verbos como saber, conhecer, participar, não são conjugados na educação, por aqueles que precisariam ser protagonistas do processo de ensino-aprendizagem. A desvalorização do professor em seu próprio território é uma atitude notória e, pasmem – aplaudida por muitos, patrocinada por aqueles que temem o poder transformador da educação.  O professor tem um papel fundamental em qualquer sociedade séria.  No entanto, em nossa sociedade, temos observado como meros espectadores a identidade desse profissional ser dissolvida. A eles são negadas os elementos que fundamentam a sua prática – o saber, a participação, a reflexão e a voz. Saber sobre os encaminhamentos da educação na sociedade em que atua. Participar desses encaminhamentos. Refletir sobre a educação nesta sociedade e, ter a palavra para discutir, criticar, problematizar. A maior violência que ocorre na educação atinge toda a sociedade que dela depende. Essa violência pode ter muitos nomes, mas, aqui vamos chamá-la de “negação”. A negação dos requisitos básicos que a própria profissão de docente exige, implica em negar a identidade profissional daquele que existe enquanto profissional para garantir o acesso a todos dos bens culturais construídos no percurso da humanidade. O que se espera de uma sociedade que nega ao docente a sua identidade profissional?

 Claudia Regina Lemes - 2010.

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