Artigos de opinião, política, sociedade, cidadania, comportamento humano. TEM AQUI Aqui também é espaço da ARTE
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
About Kurt Cobain
ABOUT
KURT COBAIN
Kurt foi um anjo rebelde tão intenso que não coube neste mundo pequeno.

Alcançou
sucesso e fama como músico, liderando o grupo Nirvana. Considerado por muitos
como o último príncipe do Rock, recusava qualquer título que o enaltecesse não
se deslumbrava com a vida de celebridade. Era na verdade um antiastro.
A
indústria cultural, no entanto, implacável transformava em “mercadoria de
consumo” tanto suas convenções como suas contravenções: “Era um homem de vontade forte, embora igualmente movido por um vigoroso
auto-desprezo. Mesmo aqueles que o conheciam melhor achavam que quase não o conheciam”
(CROSS, 2013, p.5).
Recusava-se
entrar em limusine, seus jeans eram verdadeiramente velhos e rasgados, calçava tênis
“Converse” tão velhos, quanto sujos e não dispensava sequer o menor cuidado com
a aparência ou até mesmo a higiene. Era imitado por jovens do mundo inteiro, que na verdade, não compreendiam a essência de seu recado. Kurt não convivia bem com a
exposição de uma imagem de astro. Seu autodesprezo o ensinara a não lidar bem
com carinhos em demasia, era reservado, sensível não só para a música, mas,
também para os traços. Kurt expressava-se também através dos desenhos que
fazia, desde a infância. Faziam parte de seus projetos de arte, as caricaturas
e bonecas retratadas pela beleza ou figuras grotescas.
Liderava
o Nirvana e participava ativamente da organização harmônica, arranjos, frases e
convenções das músicas do grupo que eram incansavelmente, avaliadas e “retocadas”
participava de cada detalhe também nas
produções dos shows, cenários, iluminação, contratos e tudo mais que envolvia o
Nirvana. Suas letras eram paradoxais e reveladores. Versos
que deixavam o ouvinte incerto sobre se ele expressava circunstancias internas
ou externas. O tom emocional das canções desafiava a interpretação dos
ouvintes. Kurt irritava-se com as análises freudianas feitas por jornalistas às
suas letras. Fez caricatura de Ronald Reagen, satirizada, pixou no templo da
cidade: Deus é gay e tornou-se figura non
grata na cidade natal, onde após sua
morte, foi homenageado com a escultura de sua guitarra, em local de visitação
pública.
Kurt
foi um anjo rebelde tão intenso que não coube neste mundo pequeno.
CLAUDIA
REGINA LEMES (2013)
domingo, 15 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
sábado, 16 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Série Bendito é o fútil: Sapatos.
Faz parte de uma série que pretende flagrar momentos de fraquezas pelos quais todos passamos, em que a futilidade supre as carências dos homens. São momentos captados pelo olhar atento em qualquer lugar físico ou virtual e transformando em ficção que permita rir, chorar, pensar, ignorar...
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
SOBRE A EDUCAÇÃO, EM ALGUM LUGAR DO BRASIL...
SOBRE
A EDUCAÇÃO, EM ALGUM LUGAR DO BRASIL...
A jovem
balconista, da cafeteria, de algum lugar na maior cidade metropolitana do
Brasil, em um momento de grande concentração de clientes, encontra-se em
apuros:
A
calculadora fixada em local NÃO estratégico, é instrumento de difícil acesso.
Ela precisa se deslocar do balcão, ficar de costas para os clientes, operar a
máquina e retornar com os resultados das contas, para efetuar o troco. Ao retornar, diante de tanta gente, ela não se lembrar do rosto do cliente em
atendimento, se atrapalha muito.
Agravante:
Líder algum aparece para tentar organizar melhor a confusa forma de
atendimento. Tudo transcorre na mais perfeita desorganização até que todos se
vão atendidos, ou não (alguns, desistem).
Poderíamos
criticar a logística do local ou, as estratégias de atendimento ao cliente, o planejamento
administrativo ou a gestão do negócio. Mas, apesar haver espaço para estas discussões,
o que me provocou, desta vez, é a competência operatória da uma jovem que
aparenta ter menos do que vinte anos e, necessita de uma calculadora para fazer
operações básicas que envolvem valores menores do que R$100,00.
Sou
professora, e atuo é nas séries iniciais do ensino fundamental. Compreendam a
minha angústia.
Os saberes desenvolvidos no ensino fundamental é, como o próprio
nome diz, base para tudo o que vem posterior a ele.
Esta
menina passou por este processo, sem ter se apropriado dos conhecimentos
mínimos necessários para continuar seus estudos e/ou garantir a sua própria sobrevivência no mundo do trabalho. Se
este último, fosse o único importante; como é para muitos - MAS NÃO DEVERIA SER - pelo
menos no que diz respeito ao ensino das operações; falhamos. Eu falhei!!!
Todo
um sistema falhou. Nossa sociedade falhou com os nossos jovens. Com isso, o
conhecimento socialmente adquirido ao longo do tempo, por não ter circulado
adequadamente, simplesmente não fez história. Não foi socializado.
Somos
seres inacabados. Acredito muito nisto e levanto esta bandeira. Então, tenho
esperanças de que esta moça, que está aqui sendo citada, para representar tantas outras, que como ela,
talvez tenham recebido apenas uma educação bancária, sem ligação com a
realidade que enfrentaria no futuro, consiga, por iniciativa própria ou ajuda
de alguém, superar este problema que não é individual, mas, social.
A
escola e seus atores são os donos destas questões. Elas nos pertencem, como
objeto de estudo, compreensão e problemática a ser superada. Vejam que não
estou aqui a apontar soluções e nem levantar hipóteses premeditadas. Estou aqui
ASSUMINDO, um problema que faz parte dos saberes que envolvem a Educação, por
isto não me sinto melhor do que a menina da cafeteria. Sou a parte capenga
deste sistema que não tem sido competente em garantir Educação de qualidade
para o seu povo.
Claudia
Regina Lemes – 04/11/2013
domingo, 6 de outubro de 2013
Magno
Febril, viril, romântico
Carlos Magno mito atlântico
Pele lisa, músculo e pelo
O Olimpo desejando tê-lo
Louca, rouca, bombástica
Magnólia a garota fantástica.
Clau - 1997
Carlos Magno mito atlântico
Pele lisa, músculo e pelo
O Olimpo desejando tê-lo
Louca, rouca, bombástica
Magnólia a garota fantástica.
Clau - 1997
domingo, 15 de setembro de 2013
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Paciência e autocontrole.
Paciência e autocontrole.
Eu tenho aderido há algum tempo esta prática e minha alma inquieta parece querer explodir sob o comando da racionalidade prudente. As injustiças praticadas contra os meus semelhantes me inflama muito mais do que aquelas praticadas contra eu mesma. Peço sabedoria paciência e autocontrole.
Claudia 2013
Cotidiano de professoras
Cotidiano de professoras
Faz bastante barulho com o salto quando estiver chegando e na metade do corredor já dá pra ouvir "é a professora, é a professora!!!!" E ao entrar na sala.... 30 carinhas de anjos te olhando....hahah ( Cotidiano de professoras).
Faz bastante barulho com o salto quando estiver chegando e na metade do corredor já dá pra ouvir "é a professora, é a professora!!!!" E ao entrar na sala.... 30 carinhas de anjos te olhando....hahah ( Cotidiano de professoras).
Sobre as minhas verdades...
Sobre as minhas verdades...
Em que estou pensando? ...no quanto é necessário que se lute para ser quem se é... para não abrir mão dos princípios que te fazem pessoa (singular).
Quase sempre esperam de você um padrão, um modelo. Fugir disso requer força para enfrentar quem te acusa de ser dona da verdade... Ora, da minha verdade, aquela que me constitui, a dona dela, sou eu mesma...Qual o problema? Eu sei que seria bem mais fácil não ser tão rígida. Mas, eu fiz a minha escolha: Não, o caminho mais fácil, mas sim, o caminho que penso ser o daquelas verdades de nos habitam profundamente.
Claudia 27/08/2013.
Em que estou pensando? ...no quanto é necessário que se lute para ser quem se é... para não abrir mão dos princípios que te fazem pessoa (singular).
Quase sempre esperam de você um padrão, um modelo. Fugir disso requer força para enfrentar quem te acusa de ser dona da verdade... Ora, da minha verdade, aquela que me constitui, a dona dela, sou eu mesma...Qual o problema? Eu sei que seria bem mais fácil não ser tão rígida. Mas, eu fiz a minha escolha: Não, o caminho mais fácil, mas sim, o caminho que penso ser o daquelas verdades de nos habitam profundamente.
Claudia 27/08/2013.
Sobre os médicos brasileiros...em relação com os médicos cubanos.
Sobre os médicos brasileiros...em relação com os médicos cubanos.
Eu diria...Estamos com sérios problemas!!! Theodor Adorno (Teoria da pseudocultura), disse tudo em seu ensaio. É o que estamos presenciando hoje, com relação aos nossos médicos!!! A educação não foi capaz de elevá-los ao patamar daqueles que evoluiram, se emanciparam, melhoraram integralmente com o que receberam. Infelizmente a "educação" imprimiu nestes médicos brasileiros (com exceções é claro), a arrogância, o preconceito, a alienação. :(
Claudia - 28/Agosto/ 2013
Eu diria...Estamos com sérios problemas!!! Theodor Adorno (Teoria da pseudocultura), disse tudo em seu ensaio. É o que estamos presenciando hoje, com relação aos nossos médicos!!! A educação não foi capaz de elevá-los ao patamar daqueles que evoluiram, se emanciparam, melhoraram integralmente com o que receberam. Infelizmente a "educação" imprimiu nestes médicos brasileiros (com exceções é claro), a arrogância, o preconceito, a alienação. :(
Claudia - 28/Agosto/ 2013
sábado, 17 de agosto de 2013
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Crônica de uma lagartixa.
Crônica de Natasha (a lagartixa).
Nas minhas idas
e vindas de São José para Caraguatatuba, com malas caixas de livros, pacotes, sacolas,
foi que Natasha embarcou clandestina em uma das bagagens. Não sei quais foram as
estratégias da jovem aventureira, e nem sei de suas intenções.
Talvez a vida
na pacata cidade litorânea, não mais a interessava, queria outros ares, outros
mares, outros amores... Talvez isso... Não sei ao certo.
O que sei é que
em um desfazer de caixas, eis que surge, a roliça lagartixa, ainda bronzeada
pelo sol litorâneo, bem diferente das albinas que costumo ver em São José,
dentro das casas.
Simpatizei de
cara com Natasha, tanto que a batizei por este nome e, dei ordens lá em casa
que não a fizessem mal algum, ela moraria em meu quarto nos cantos do guarda
roupa, ou onde se sentisse bem. E que não a incomodassem.
Eu a admirava
muito, pois, corajosa, ardilosa, estrangeira, atrevida, são coisas tão femininas e, eu
via estas qualidades em Natasha.
Alguém de casa
me alertou que a ousada moradora visitava a cozinha algumas vezes. Ora, tão normal, para
um espírito inquieto. Que conheça melhor o território vizinho, que explore as redondezas, que se certifique dos perigos.
Em um dos
encontros rápidos com Natasha, eu nos meus afazeres e, ela nos dela, notei que
não era mais tão roliça. A metrópole a deixara mais elegante, crescera um
pouco, estava mais clara pela ausência do sol. De relance percebi um ar de “algo
errado” com o minúsculo réptil. Mas, o dia a dia, rapidamente desviou-me de
olhar melhor, levou a minha atenção para outras coisas, concentrei-me no que
estava fazendo e desliguei-me de Natasha.
Antes tivera eu
levado a sério aquele insight, e investigado melhor o que poderia estar
acontecendo, pois, aquele foi o último dia que vi Natasha com vida.
A outra vez que
a encontrei, foi apenas a visão de um corpo, seco e duro, estendido no piso
gelado da cozinha de meu apartamento. Não foi difícil descobrir a causa mortis. Morrera de fome!!! Como
não pensei nisso antes? Em apartamentos não há insetos com que possa se
alimentar uma lagartixa.
Pobre Natasha...
Deixou a vida de fartura alimentar e harmoniosa natureza da cidade pequena;
para uma vida de fartura sensorial, desequilíbrio e anorexia da cidade grande. Alimentou
a alma de aventuras, mas, seu corpinho não resistiu.
E eu, na individualidade
metropolitana, imersa em mim mesma o tempo todo, não fui capaz de perceber a
necessidade fundamental de aquele pequeno ser vivo, que um dia fugiu de casa
para buscar aventura e encontrou a morte...
Claudia Regina
Lemes – 22/07/2013
O lado bom...
Se não fosse pelo carinho,
se não fosse pelas carícias,
se não pela alegria,
se não fosse pelo deslumbre...
Teria sido ao menos inspiração.
E, ainda assim
teria sido bom.
(Clau, 1997)
Sobre sorrisos
Nos sorrisos do mundo
procurei o riso certo
Porém, não encontrei nenhum riso aberto.
Nenhum que seja puro,
que fale a verdadeira alegria.
Andando por ai vi e ouvi risos o dia inteiro. Mas até agora, não encontrei o verdadeiro...
(Retirei este texto de um folheto da Trupe teatral - Ensaios de Mogi das Cruzes, em 2008). Mantive guardado entre as páginas de um livro e, agora organizando minhas coisas, encontrei. O autor é desconhecido.
procurei o riso certo
Porém, não encontrei nenhum riso aberto.
Nenhum que seja puro,
que fale a verdadeira alegria.
Andando por ai vi e ouvi risos o dia inteiro. Mas até agora, não encontrei o verdadeiro...
(Retirei este texto de um folheto da Trupe teatral - Ensaios de Mogi das Cruzes, em 2008). Mantive guardado entre as páginas de um livro e, agora organizando minhas coisas, encontrei. O autor é desconhecido.
domingo, 21 de julho de 2013
REFLEXÕES SOBRE VIOLÊNCIA E EDUCAÇÃO
PROF.ª MS. CLÁUDIA REGINA LEMES.
Sou recém-chegada, de um percurso de pouco
mais que dois anos de estudo do tema violência, sobretudo a violência doméstica
contra a criança e gostaria de propor algumas reflexões sobre violência e
educação.
Bem,
pensando a educação como garantia de acesso ao acervo cultural historicamente
construído, de uma geração para outra, vamos considerar duas instituições
importantes que atuam na educação. A escola e a família e, propor reflexões
sobre o acervo cultural que estas duas instituições têm garantido para as novas
gerações.
No âmbito da
educação escolar existe muitas vezes uma distancia muito grande entre a cultura
escolar e a cultura social de referencia dos alunos e alunas. Os modelos
hegemônicos são usados como referencia ideal.
A escola é
um local onde as relações humanas acontecem entre sujeitos que cumprem
diferentes papeis impregnados dos valores acima apresentados e disseminados
quase sempre de forma irracional em um processo dinâmico e rápido, acaba
reproduzindo o sistema de força que reflete em seu território. A escola acaba
por este meio sendo uma local de formação da cultura, mas, que muito mais
reproduz as ideologias presentes na sociedade do que reflete ou propões
reflexões sobre ela.
É comum na
educação ouvirmos frases como esta: “[...] Vocês
devem calçar um chinelinho de cetim e caminhar bem devagarzinho, sem barulho
para não incomodar e assim vão com o tempo aprendendo como as coisas funcionam”
[1]
Bem, este
tipo de discurso, que nega a individualidade a autenticidade, a identidade, a
singularidade, convive cotidianamente com o ideal da pluralidade cultural, da
tolerância, da necessidade de aprender a conviver da escola e a cultura da paz.
É nítida a
contradição que existe entre a teoria e a prática na educação escolar formal.
Eu chamo a atenção para a palavra “formal”, pois também na escola, é
disseminada a educação informal, que é aquela que se aprende em seu entorno e
que foge do currículo sistematizado. Essa educação diz respeito aos conteúdos
culturais que são produzidos na comunidade escolar e que passam a fazer parte da
identidade da instituição que podem trazer benéficos para os seus integrantes
como podem ser destrutivos como, por exemplo, a prática do bullyng. A escola é muitas
vezes fonte de violência simbólica presentes na sua prática e muitas vezes
também se omite mesmo tendo constatado a vitimização de seus alunos, por outros
alunos ou por agentes externos à comunidade escolar.
Outra
instituição educativa que consideramos importante é a família. As famílias
mudaram na forma de pensar a vida, de produzir, de se organizar como
instituição e de conceber valores. Se, no período anterior, a família
apresentava-se extremamente autoritária e repressiva, hoje ela possui uma forma
um pouco mais solta para lidar com seus membros, o que a princípio
representaria um ganho, se isso não tivesse relação direta com o mercado de
produção a que a criança era atrelada no passado como força de trabalho e que
hoje tem a sua participação melhor garantida na via contrária. No mercado de
consumo. Os membros da família são submetidos à vontade a aos papéis que a
sociedade lhes determina e, “[...] uma vez que, por um lado, o dinheiro está de
modo devastador, no centro de todos os interesses vitais e, por outro é
exatamente este o limite diante do qual quase toda relação humana fracassa.”
(BENJAMIN, 1994, p. 21). E com isso desaparece do plano natural e ético a
confiança irrefletida, o repouso e a saúde. Uma sociedade que, como defende
Fromm (1979), nos últimos cem anos do mundo ocidental, conseguiu criar uma
riqueza material maior do que a criada por qualquer outra sociedade da História
da Humanidade, mas que mata ou abandona as suas crianças, é uma sociedade que
precisa ser repensada.
Então vamos propor
finalmente uma rápida passagem pela educação presente nos meios de comunicação
tecnológico.
Nos dias atuais em que a
os veículos educadores se multiplicam e entre estes veículos temos as mídias e
suas notícias, sabemos que vivemos em um mundo em que a violência está presente
em todas as esferas da vida e que essa situação assusta cada vez mais as
pessoas que acabam produzindo esta cisão de bem e mal. A violência simbólica
produzida neste mundo dissemina o medo na sociedade. O povo[2]deve ser protegido: “A razão
do povo deve ser seus sentimentos; é
preciso, portanto, dirigi-los, e formar seu coração e não seu espírito; eles
devem também ser mantidos em seu estado natural de fraqueza.” (MARCUSE, 1981 p.
123).
A televisão (que também
dissemina e incute algo de violência na sociedade), não condiz com uma educação emancipadora e os acontecimentos reais e
atuais que levam ao conhecimento do grande público a violência cumprindo o papel
do espetáculo como aconteciam nas tragédias das arenas. É muito pouco pensada a
violência que é demonstrada pelas mídias.
A proximidade e
intensidade da violência social praticada na atualidade voltadas para o medo,
disciplinamento e afirmação da cultura nos noticiários televisionados com
formatos de espetáculos, carregam a ideologia da massificação e da alienação do
pensamento. Com isso o que se perde em riqueza humana e em
sentimento de autentica felicidade, aponta Fromm (1979), que é compensado pela
segurança da harmonia e sentimento de pertencimento: “Em realidade, o seu
próprio defeito poderá ter sido elevado à categoria de virtude pela sua
cultura, podendo, assim, proporcionar-lhe uma intensa sensação de êxito. (FROMM, 1979, p. 29).
Muitas crianças invisíveis que são vítimas do abandono e
que vagam pelas ruas das cidades, nos sinais de trânsito, nos trens urbanos,
carregam uma história de vida anterior ou paralela à situação atual, na qual se
desvelam as diversas formas de violência por atos ou omissão daqueles que
deveriam proteger a sua condição peculiar de desenvolvimento.
Muitas dessas crianças
deixadas ao próprio destino fogem de casa, ou saem sem compromisso de retorno
para o lar, que não lhes oferece refúgio, proteção, carinho, requisitos básicos
para o desenvolvimento saudável e humano de qualquer criança. Foram inúmeras
vezes na história que toda uma sociedade se omitiu diante da barbárie, e ainda
o faz quando trata como invisível a criança pedindo nos faróis; a criança
marcada pela violência física, sexual, pela negligência; a criança que freqüenta
diariamente as salas de aulas de tantas escolas públicas e privadas; a criança
que é atendida em ambulatórios vítimas de maus-tratos; a criança que é explorada
nos trabalhos que degradam sua saúde e roubam-lhe as oportunidades de formação
para a cidadania; entre outras crianças. Nesse sentido, “a investigação sobre o
preconceito tende a reconhecer a participação do momento psicológico nesse
processo dinâmico em que operam a sociedade e o indivíduo.” (HORKHEIMER;
ADORNO, 1973, p. 173-174).
Adorno (1996, p. 5)
aponta que a consciência progressivamente dissociada das coisas humanas
descansa em si mesma e se converte em pseudoformação, por isso, vimos o sonho da
– a libertação da formação, imposição dos meios e da estúpida e mesquinha
utilidade – ser falsificado “[...] em apologia de um mundo organizado
justamente por aquela imposição. No ideal de formação, que a cultura defende de
maneira absoluta, se destila a sua problemática.”
A cultura da violência é
naturalizada na sociedade fragilizada em conflitos e guerras, na qual crianças
são feitas soldados no trânsito, nas
competições esportivas, gangues de ruas, na exploração do trabalho infantil,
nas comunidades marginalizadas e excluídas do acesso aos bens produzidos nos
países. A criança na condição de coisa reflete a fragilidade da nossa
civilização que não é capaz de preservar a sua integridade.
Fromm (1979) qualificou
como violência compensatória a
violência que é empregada como um substituto de atividade produtiva por alguém
que se vê impotente diante das forças sociais que o dominam. Este, por possuir
vontade e capacidade de liberdade para criar e modificar o mundo, é impelido a
agir desse modo.
Esta necessidade humana
expressa-se nas primitivas gravuras das cavernas, em todas as artes, no
trabalho e na sexualidade. Todas essas atividades são o resultado da capacidade
do homem para dirigir sua vontade na direção de um objetivo e sustentar o
esforço até esse objetivo ser alcançado. A capacidade para assim usar esses
poderes é chamada potência. (A potência sexual é somente uma das formas de
potência.). (FROMM, 1979, p. 32).
Quando o homem fracassa,
tornando-se impotente diante das forças que não é capaz de vencer, tenta
restaurar suas capacidades identificando-se com uma pessoa ou grupo de pessoas
que disponha de poder para a sua satisfação de participação simbólica na vida
de outro homem. Tem a sensação de agir, mas na verdade só está se submetendo,
ou então age usando o seu poder para
destruir.
Nesse sentido,
instaura-se a violência na sociedade
capitalista. Ação sem reflexão é falência da prática destituída de teoria. O
fazer sem a razão é como o sujeito que reproduz um sistema de forças sendo
impulsionado a agir. Segundo Roggero (2001), a identidade constitui-se a partir
da participação do indivíduo nas relações sociais e requer adaptação e renúncia
aos instintos.
A identidade não se
constrói pela violência compensatória que, conforme Fromm (1974, p. 33), é a
essência do sadismo e infringe dor aos outros. Ela tem o impulso de exercer o
domínio sobre outra pessoa e torná-lo objeto indefeso de sua vontade. Tem por
meta tornar o indivíduo como algo inanimado. “Criar vida exige certas
qualidades de que carece a pessoa impotente. Destruir vida só requer uma
qualidade: o uso da força.” A cultura que fornece a alma da civilização é
constituída pelo espírito e o processo histórico da sociedade, tanto no plano
das idéias como no plano material. Essa cultura é capaz da fazer frente à
violência. Essa á a forma de se compreender a verdadeira cultura da paz.
BIBLIOGRAFIA
ADORNO, Theodor W. Teoria da semicultura.
Tradução de Newton Ramos de Oliveira, Bruno Pucci e Cláudia B. M. de Abreu. Educação
e Sociedade, ano XVII, n. 56, p. 388-411, dez. 2006.
BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas. 7.
ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. 1 v.
______. Obras Escolhidas. 5. ed. São
Paulo: Brasiliense, 1995. 2 v.
CANDAU, Vera Maria. Direitos humanos,
violência e cotidiano escolar. In: ______ (Org.). Reinventar a escola.
3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. p. 137-166.
LEMES, Claudia Regina. Formação Cultural e
o Fenômeno da Violência Doméstica Contra a Criança, 2009. 177 f.
Dissertação de Mestrado – Universidade Braz Cubas, Mogi das Cruzes, 2009.
FROMM, Erich. O coração do homem: seu
gênio para o bem e para o mal. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
______. Psicanálise da sociedade
contemporânea. 7. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.
______. A arte de amar. 7. ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 1979.
HORKHEIMER, Max. Autoridade e
família. In: ______. Teoria crítica: uma documentação. Tradução de Hilde Cohn. São Paulo:
Perspectiva/Editora da Universidade de São Paulo, 1990. p. 175-236.
HORKHEIMER, Max; ADORNO,
Theodor W. Temas básicos da sociologia.
São Paulo: Cultrix, 1973.
MARCUSE, Herbert. Idéias sobre uma teoria
crítica da sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
______. Cultura e psicanálise. 3. ed.
São Paulo: Editora Paz e Terra, 2001.
ROGGERO, Rosemary. A vida simulada no
capitalismo: um estudo sobre formação e trabalho na arquitetura. 2001. 273 f . Tese (Doutorado) –
Faculdade de Educação, Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2001.
[1] Esta
frase foi deferida por uma liderança educacional para orientar como se deve
agir aqueles que estão iniciando em um novo local de trabalho e encontram
dificuldades na relação com aqueles funcionários mais antigos.
[2]
“Isto é aqueles que são mantidos por suas ocupações puramente mecânicas e
contínuas em um estado habitual de infancia”(MARCUSE,
1981)-o termo infancia é usado pelo autor neste ensaio para designar a condição
de imaturidade a que o homem é mantido por outros homens na relação de
autoridade e submissão.
A CULTURA DA VIOLÊNCIA
A CULTURA DA VIOLÊNCIA
Recebi
um email no dia 14/12/2009. A mensagem dizia assim:
“Ensinamentos das MÃES DE ANTIGAMENTE:
Pra lembrar, e rir ou chorar ao ver as coisas hoje...Coisas que
nossas mães diziam e faziam....Era uma forma, hoje condenada pelos educadores e
psicólogos, mas funcionou com a gente e por isso não saímos seqüestrando a
namorada, nem matando os outros por ai.
Minha mãe ensinou a VALORIZAR O
SORRISO...
ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS
DENTES!
Minha mãe me ensinou a RETIDÃO.
EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!
Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO
TRABALHO DOS OUTROS..
SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO
PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!
Minha mãe me ensinou LÓGICA E
HIERARQUIA..-.
PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL!
QUEM É QUE MANDA AQUI?
Minha mãe me ensinou o que é
MOTIVAÇÃO...
CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA
RAZÃO VERDADEIRA PARA VC CHORAR!
Minha mãe me ensinou a CONTRADIÇÃO...
FECHA A BOCA E COME!
Minha Mãe me ensinou sobre
ANTECIPAÇÃO...
ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!
Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA...
CALMA!... QUANDO CHEGARMOS EM CASA VOCÊ VAI VER
SÓ...
Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS
DESAFIOS...
OLHE PARA MIM! ME RESPONDA QUANDO EU TE
FIZER UMA PERGUNTA!
Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO
LÓGICO...
SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O
PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!
Minha Mãe me ensinou MEDICINA...
PÁRA DE FICAR VESGO MENINO! PODE BATER
UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE.
Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL...
SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS
BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ
Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA...
VOCÊ É IGUALZINHO AO SEU PAI!
Minha Mãe me ensinou sobre minhas
RAÍZES...
TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA
É?
Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA
DE IDADE...
QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ
VAI ENTENDER.
Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA...
UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU
ESPERO ELES FAÇAM PRÁ VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE
É BOM!
Minha mãe me ensinou RELIGIÃO...
MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO
TAPETE!
Minha mãe me ensinou o BEIJO DE
ESQUIMÓ...
SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU
NARIZ NA PAREDE!
Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO.-..
OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!
Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO..-.
VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA
COMIDA!
Minha mãe me ensinou habilidades como
VENTRÍLOQUO...
NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA
POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?
Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO....
EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!
Minha mãe me ensinou a ESCUTAR ...
SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ
E QUEBRO ESSE RÁDIO!
Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS
ESTUDOS...
SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO
ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!...
Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA...
AJUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM
POR UM!!
Minha mãe me ensinou os NÚMEROS...
VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA
UMA SURRA!
Brigadão Mãe !!! Hehee..
Hoje... vá dizer ao menos uma destas coisas
que o pivete pega o celular e liga pro 190...
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk”(Autor desconhecido)
--
O
conteúdo desta mensagem remete exatamente ao tema que acabo de concluir, dando
respostas as minhas hipóteses de dois anos de pesquisa. Vejo que a violência
doméstica contra a criança é uma construção cultural que é repassada por
gerações e legitimada até por aqueles que foram vítimas. O sujeito que sofre
esse tipo de violência, em muitos casos, não se dá conta de que esses ensinamentos movimentam a ideologia do
medo. Quem aprendeu com suas mães a negligenciar, denegrir, agredir, violar,
ameaçar, aterrorizar, apreendeu que o domínio do mais forte sobre o mais fraco,
é legítimo. Aprendeu a tornar aceitável a ordem vigente em que alguns que tem muito
poder, podem oprimir outros que possuem pouco poder, assim sucessivamente. Aprendeu
transformar pessoas em coisas. Aprendeu
que pisada de galinha não machuca pinto[1].
Sem pensar que este dito popular é uma forma de negar ao ser humano, a
humanidade, ao ser racional a racionalidade – tanto o que pisa como o que é
pisado sofre da mesma amnésia – se
esquecem que são pessoas. A mãe que
ameaça que intimida que negligencia que denigre, que oprime, ensina às suas
vítimas, serem violentas em nome do amor. Aqueles que seqüestram namoradas, batem em suas mulheres, saem matando os outros
por ai, como foi apontado no email
que recebi, têm arraigado em sua cultura esses ideais de força, domínio, poder e
cultuam esses valores em detrimento do amor, respeito, afeto, admiração,
carinho. Demonstram fraqueza e não força e tentam compensar seus fracassos
sobre os outros. Fromm (1970), explicou que esse tipo de violência é a essência
do sadismo que é o impulso que uma pessoa tem, de provocar dor ao outro,
humilhar, escravizar, fazer sofrer. A meta do sadismo é transformar o homem em
coisa. A família que pratica a violência física ou psicológica aos seus membros,
não impede de forma alguma que seus filhos
venham cometer atos violentos. Ao contrário, transmite incutido em suas ações,
o gérmen da violência. Aqueles que no
seio familiar recebem esses ensinamentos
passivamente, não tendo oportunidade de refletir sobre isso, irão reproduzir
para os seus descendentes a mesma ideologia perversa que tem tornado o mundo
tão cruel. A violência doméstica é viciosa e transmissível. É um mal que se
propaga nas relações familiares e, fora da família, no mundo do trabalho, da
escola e nas construções que acontecem na vida de cada individuo. A cultura que
dá alma à civilização e que precisa ser propagada, não é a cultura da
violência, mas, sim a cultura da paz.
Violência e Educação
Violência e Educação
– A identidade do professor
Um importante contato que tive
com o tema: Violência e Educação, é proveniente da dissertação de mestrado
defendida em outubro deste ano, em que mantive presente a investigação da
relação entre a violência doméstica contra a criança e a formação cultural da
sociedade. No entanto, diante dos
últimos acontecimentos que tenho presenciado no que se refere à formação
escolar de alunos e a participação dos professores na sociedade, sou provocada
a pensar em como a educação que vai sendo produzida nas relações cotidianas na
escola acontece sob o signo da violência. Essa relação de que falo, também é
cunhada na formação cultural, tem um aspecto que chama a atenção e, que
diferencia daquela cultura que ocorre de forma despretensiosa e assistemática.
Reflito, sobre a formação cultural que é ideologicamente elaborada para manter
um estado de coisas interessante para a hegemonia. A escola que seria o lugar
em que pessoas teriam oportunidade de desenvolver a sua humanidade em conjunto
com o seu aprimoramento intelectual, tecnológico e conceitual é na verdade uma
arena de disputa devastadora em que os gladiadores
lutam por causas que não são suas, espreitados por dos leões famintos, talvez nem se dêem conta de que estão submetidos.
O que se aprende na escola? Essa
pergunta deveria ser feita muito mais vezes e não só para os alunos, mas,
também para toda a comunidade escolar. Verbos como saber, conhecer, participar,
não são conjugados na educação, por aqueles que precisariam ser protagonistas
do processo de ensino-aprendizagem. A desvalorização do professor em seu
próprio território é uma atitude notória e, pasmem – aplaudida por muitos,
patrocinada por aqueles que temem o poder transformador da educação. O professor tem um papel fundamental em
qualquer sociedade séria. No entanto, em
nossa sociedade, temos observado como meros espectadores a identidade desse
profissional ser dissolvida. A eles são negadas os elementos que fundamentam a
sua prática – o saber, a participação, a reflexão e a voz. Saber sobre os
encaminhamentos da educação na sociedade em que atua. Participar desses
encaminhamentos. Refletir sobre a educação nesta sociedade e, ter a palavra
para discutir, criticar, problematizar. A maior violência que ocorre na
educação atinge toda a sociedade que dela depende. Essa violência pode ter
muitos nomes, mas, aqui vamos chamá-la de “negação”. A negação dos requisitos
básicos que a própria profissão de docente exige, implica em negar a identidade
profissional daquele que existe enquanto profissional para garantir o acesso a
todos dos bens culturais construídos no percurso da humanidade. O que se espera
de uma sociedade que nega ao docente a sua identidade profissional?
Chuva ou sonho?
...Choveu muito a noite ou sonhei? Bem, não desabonando as chuvas, mas, para quem se preparava para um dia debaixo dos cobertores, eis mais um amanhecer em que o astro rei nos sauda com sua energia e alegria!!!!
Como diria o Tonto (Cavaleiro Solitário) "A natureza está em desequilíbrio..."
Particularidades da Ead:
Particularidades
da Ead: Tutor Presencial na promoção da interatividade
e a colaboração entre os alunos
Claudia Regina
Lemes - 2010
O
uso da informática educacional trouxe novas possibilidades à escola e é hoje um
dos principais suportes para o ensino a distancia. A Ead, marcada pelo uso de
novas tecnologias, traz desafios para todos envolvidos em seu processo, já que
como atividade educacional, envolve além dos alunos, vários profissionais:
O professor é o
condutor dos processos, porém, divide a docência com vários profissionais
(pedagogo, designer instrucional, equipes técnicas, tutores virtuais e
presenciais) objetivando encontrar os melhores caminhos para uma comunicação
efetiva com os alunos. (LIMA E DAL-FORNO, 2010 p.01).
Mediada
pelo uso de vários materiais de apoio, como textos, gravações de áudio, vídeo integrados
a proposta didática, abre novos cenários, na educação. Nestes cenários, as tecnologias
estão sempre presentes. Portanto, existe-se que os docentes e alunos que
atuarão em um curso a distancia, tenham posturas adequadas ao uso da tecnologia
e do processo de ensino/aprendizagem, como veremos no decorrer deste texto.
É
necessário um bom conhecimento da infra-estrutura técnica-administrativa e
pedagógica, a todos os envolvidos em um curso em Ead. O tutor precisa ter
competências e habilidades na administração do tempo e o compromisso e risco de
sua tarefa, pode ocorrer pela perda de oportunidade em oferecer uma resposta
específica à um questionamento do aluno permitindo uma compreensão errônea ou
parcial de um determinado tema ou conceito. O conhecimento do
tutor, para Machado E Machado (2004), não é diferente
do que precisa ter um bom professor. O tutor precisa entender a estrutura do
que ensina, seus conceitos e idéias produtoras de conhecimentos, assim como ter
sempre atualizada, sua formação teórica didático-pedagógica de preferência nos
espaços virtuais. Na Ead, as fontes de informações são muitas e acionam
diferentes sentidos e percepções: “[...] uma gama heterogênea de fontes de
informação e de linguagens que falam aos diferentes sentidos e percepções
(visual, auditivo, sinestésico, intuitivo, cognitivo)” (LIMA E DAL-FORNO,
2010), o que é positivo, pois,
experiências objetivas e subjetivas são utilizadas como suporte no
processo e a mediação por tecnologia traz necessariamente, um novo potencial de
autonomia dos indivíduos sobre o seu processo de ensino/aprendizagem. Ao
docente, nesta modalidade de ensino, exige-se a superação de uma postura de
educação bancária, como aquela criticada, por Freire, pois a interação é a
parte mais importante do processo e a comunicação parte do diálogo e parceria
cognitiva em diversas linguagens. Silva,
(1998), mantém presente que a interação é um conceito de comunicação que
tem servido à informática, mas, para que realmente haja a interação, é
necessário que seja revisto, algumas situações de comunicação unilaterais que
se dizem interativas:
Assim, parece claramente que o esquema clássico da
informação, que se baseava numa ligação unilateral emissor-mensagem-receptor,
se acha mal colocado em situação de interatividade. (SILVA, 1998,
p.01).
Os tutores da atualidade são novos atores que
surgem como uma necessidade educativa, nos espaços da Educação a Distancia.
Especificamente os tutores presenciais, que são aqueles que vão ter contato
direto com o aluno, apesar de não participarem da elaboração do conteúdo a ser
ministrado, precisam conhecer o projeto político pedagógico do curso, conhecer
seus alunos e ter contato mais direto, o que extrapola os muros do ensino tradicional,
segundo Cortinhas (2010). A mesma autora ainda acrescenta que não existe uma
referência teórica consolidada ou uma definição de tutoria presencial que
abarque a amplitude desta atividade, pois foi uma atividade que surgiu antes de
ser elaborada. Portanto, podemos entender que a tutoria presencial é uma
atividade em construção, uma necessidade nos processos de educacionais atuais, em
cujo saberes e necessidades estão sendo pensados e elaborados, conforme novas
demandas que vão surgindo no cenário educacional e para formação do indivíduo
contemporâneo.
É necessário ter
presente que os saberes fundamentais necessários a
uma educação que se quer transformadora, prevê a coerência, entre sua
intencionalidade e a prática de formação de educadores, para atuar neste modelo
educacional. Na Ead, os aspectos sócio-culturais tomam um novo ânimo,
proporcionando acesso à diversidade e, o processo ensino/aprendizagem se dá por
meio de interações de todos os sujeitos envolvidos, integrados a diferentes
mídias e em uma dimensão de tempo e espaço diferenciada em que a reflexão sobre
a concepção de educação e sobre o sujeito que se pretende formar precisam estar
permanente processo de discussão e estudo. O tutor precisa ser mais do que o
profissional que domina o uso das tecnologias, precisa ser alguém que se remete
ao humano, à formação, à concepção de educação que transforma. Precisa ser um
profissional que tenha a capacidade de refletir, compreender e interagir,
mediados por tecnologias ou não, e que desta interação, se construa saberes em
uma comunidade participativa para a formação de pessoas capazes de atuar na
complexidade do mundo atual.
Referências Bibliográficas
CARVALHO, Jaciara de Sá. Comunidades
virtuais de aprendizagem em busca de uma definição, In: Seminário de
Estudos em Epistemologia e Didática, Faculdade de Educação da Universidade de
São Paulo, 2º semestre de 2007. Acesso em 05 de dezembro de 2010.
CORTINHAS,
Maristela Sobral. Tutoria Presencial De Pólo De Apoio Em Ead: Um
Diferencial
Para Educação A Distância- UNOPAR, 2008. Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/326_180.pdf.
LIMA,Valéria
Sperduti, E DAL-FORNO, Josiane. Comunidades
virtuais de aprendizagem: em busca de uma definição. UFSCAR –VIRTUAL-Ambiente Moodle de aprendizagem, 2010.
MACHADO, Liliana Dias E MACHADO Elian de Castro. O papel da tutoria em ambientes de ead,
2004, Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/022-TC-A2.htm.
SILVA,
Marco. Sala de Aula Interativa: A
Educação Presencial e a Distância em Sintonia com a Era Digital e com a
Cidadania. Disponível em: http://www.senac.br/BTS/272/boltec272e.htm. Acesso em 05 de dezembro
de 2010.
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